O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou a quinta revisão ao programa de ajustamento financeiro de Angola, permitindo o desembolso imediato de 772 milhões de dólares, salientando a visão positiva das autoridades e o empenho nas políticas do programa
“A decisão do conselho de administração do FMI permite um desembolso imediato de 772 milhões de dólares [633 milhões de euros] a Angola”, lê-se no comunicado colocado esta noite no site do Fundo, no qual se aponta que a economia angola “está em transição para uma recuperação gradual de múltiplos choques, incluindo aqueles induzidos pela pandemia de covid-19”.
No comunicado, o FMI acrescenta que “a visão política das autoridades continua sã, e continuam empenhados no programa económico apoiado pelo Programa de Financiamento Ampliado”.
O programa de ajustamento financeiro foi acertado com o FMI em dezembro de 2018, num valor de 3,7 mil milhões de dólares, que foi em setembro aumentado para cerca de 4,5 mil milhões de dólares (de 3 mil milhões de euros para 3,7 mil milhões de euros), dos quais cerca de 3 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) já foram entregues, a que se junta o valor hoje anunciado, totalizando 3,9 mil milhões de dólares (3,2 mil milhões de euros) e dura até final deste ano.
“O forte empenho das autoridades angolanas em políticas sãs ao abrigo do acordo com o FMI permitiu a Angola mitigar os piores efeitos da pandemia; ajudada pelo aumento dos preços do petróleo, as autoridades estão a apoiar a recuperação de Angola através da consolidação da estabilidade macroeconómica, ao mesmo tempo que protegem os mais vulneráveis”, disse a vice-diretora executiva, Antoinette Sayeh, citada no comunicado.
Num tom elogioso, a responsável acrescenta que o Governo e as autoridades de política monetária “estão a continuar a fortalecer as finanças públicas e a dinâmica da dívida” e aponta que “atingiram um forte ajustamento orçamental em 2020 e estão no bom caminho para fazer o mesmo em 2021, ao mesmo tempo que aumentam as despesas sociais e na saúde”.
Para recuperar da recessão económica dos últimos cinco anos e concretizar a previsão de crescimento este ano, “uma forte recuperação do crescimento não petrolífero é crítica, e as autoridades precisam de manter a dinâmica nas reformas estruturais que sustentam o crescimento diversificado mais forte, melhorar a governação e combater a corrupção”.
A aprovação da quinta revisão do programa de ajustamento financeiro, que aumenta o total já desembolsado até agora, surge na mesma altura em que Angola anunciou que solicitou o prolongamento da moratória sobre o serviço da dívida bilateral até final do ano.