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Milhares de angolanos estão a fugir para a Namíbia

André Cunha com Carolina Rico

A seca e as pragas de gafanhotos estão a agravar o problema da fome no sul de Angola. Várias ONG’s da região renovaram hoje um grito de alerta e pedem a Luanda a declaração do estado de calamidade.

Afome provocada pela seca extrema na província de Cunene, no sul de Angola, está a levar milhares de pessoas a fugir para a Namíbia. O padre Pio Wakussanga, das ONGs Construindo Comunidades e Ame Naame Omunu, conta à TSF que esta região e algumas regiões vizinhas enfrentam enfrentam períodos quase interruptos de seca desde 2012.

“A estiagem provocou a rutura de stocks alimentares das comunidades e a rutura de sementes. Criou um grande fosso, um grande buraco, na segurança alimentar das comunidades do chamado semiárido de Angola”, constituído por quatro províncias – Huíla, Namibe, Cunene, e Benguela, as mais atingidas pela falta de chuva.

Depois de um encontro no Lubango, nos últimos dias, várias ONG’s angolanas lançaram hoje um apelo dirigido a Luanda e ao mundo, pedindo uma intervenção rápida e urgente na região. As várias ONG’s pedem ao presidente angolano a declaração de “estado de calamidade” para que a ajuda internacional possa ser accionada.

“O nível de má nutrição subiu exponencialmente na região”, lamenta o padre Jacinto Pio Wakussanga. Não há dados atualizados, mas quem anda no terreno vê muita gente malnutrida, incluindo muitas crianças.

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