Falta de interesse civil sobre Forças Armadas é crônico, apontam fardados e especialistas.
Com as Forças Armadas de volta ao centro do palco, o governo Jair Bolsonaro acentuou a crise de identidade dos militares como atores políticos no Brasil.
Sem os freios e contrapesos que o poder civil deveria exercer, os fardados tiveram seu prestígio emprestado pelo capitão reformado do Exército, que lhes devolveu em benesses, mas também em dano de imagem de difícil reversão.
Este é o resumo da avaliação feita à Folha por militares da ativa e da reserva, acadêmicos e políticos com trânsito nos quartéis ao avaliar o papel das Forças após a mais grave crise no setor desde 1977.
Em março, Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, levando à renúncia coletiva dos três comandantes das Forças —que foi transformada numa exoneração pelo novo titular da pasta, o também general da reserva Walter Braga Netto.
A escolha dos novos chefes militares acalmou um pouco os ânimos, mas não a questão central. Bolsonaro insiste em usar o nome das Forças como apoiadoras de seu projeto político, particularmente ao continuar ameaçando empregá-las contra medidas restritivas aplicadas por estados para tentar conter a pandemia.
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