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Índia supera 200.000 mortes por covid-19 e Europa tem mais de 50 milhões de casos

AFP

A Índia, submersa em uma grave crise sanitária, superou nesta quarta-feira (28) a marca de 200.000 mortos por covid-19, cuja variante local já foi detectada em pelo menos 17 países, enquanto a Europa superou os 50 milhões de infectados desde o início da pandemia.

A Índia, quarto país com mais vítimas fatais por covid-19, atrás de Estados Unidos, Brasil e México, superou os 200.000 óbitos depois de registrar mais 3.000 mortes em 24 horas pela primeira vez, de acordo com dados oficiais.

A nação de 1,3 bilhão de habitantes, a segunda mais populosa do planeta depois da China, também registrou um grande número de contágios em apenas um dia: 360.000. Os crematórios trabalham sem pausa, a lenha acabou em alguns estabelecimentos e as famílias precisam fornecer o próprio combustível.

A explosão de casos é atribuída à variante indiana e às grandes manifestações políticas e religiosas das últimas semanas.

O Reino Unido enviou à Índia um primeiro carregamento de 100 respiradores e 95 concentradores de oxigênio. França, Canadá, Itália, Estados Unidos, Suíça e Rússia também anunciaram ajuda.

Variante indiana em 17 países

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não sabe ainda se o maior índice de mortalidade se deve a uma variante mais agressiva ou à situação do sistema de saúde indiano pela explosão de casos ou a ambos.

Esta variante, conhecida cientificamente como B.1.617, foi detectada em mais de 1.200 sequências de genoma em “pelo menos 17 países”, anunciou a OMS. Entre eles estão Reino Unido, Estados Unidos, Singapura, Bélgica, Suíça, Grécia e Itália.

“A B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais elevada do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo que é mais contagiosa”, afirmou a OMS. 

Apesar da continuidade dos testes, o fundador e diretor do laboratório BioNTech, Ugur Sahin, declarou nesta quarta-feira que confia na eficácia contra esta variante da vacina desenvolvida em parceria com a Pfizer.

Vários países suspenderam ou limitaram voos com a Índia, como Austrália, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia.

A Bélgica anunciou o fechamento de suas fronteiras com a Índia, mas também com Brasil e África do Sul, países que registraram outras variantes do vírus, enquanto a Espanha ampliou a quarentena obrigatória, em vigor para passageiros procedentes do Brasil, às pessoas que chegam da Índia.

A presença do vírus preocupa a Europa, no momento em que vários países começam a flexibilizar as medidas de restrição. A Holanda suspendeu nesta quarta-feira o toque de recolher e autorizou a reabertura dos terraços e varandas entre 12h00 e 18h00.

“É um sentimento fenomenal, após seis meses dentro de casa”, comentou Marvin Erhart, de 26 anos, sentado ao sol com a namorada.

Na Itália, onde os cinemas e as salas de espetáculos reabriram parcialmente na segunda-feira, o famoso Teatro alla Scala de Milão anunciou a reabertura para um público limitado de 500 pessoas, que poderão assistir a três concertos em maio.

Mais de 50 milhões de pessoas foram infectadas pela covid-19 na Europa desde dezembro de 2019, de acordo com um balanço da AFP realizado nesta quarta-feira.

Nos Estados Unidos, os cidadãos vacinados não precisarão mais usar máscara ao ar livre, exceto em casos de aglomerações.

Mas o festival alternativo Burning Man, realizado anualmente no deserto de Nevada, será cancelado pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia, anunciaram os organizadores.

Enquanto isso, a busca mundial por mais imunizantes continua. O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira que vai comprar 60 milhões de novas doses da vacina Pfizer/BioNtech, enquanto a Turquia solicitou 60 milhões do medicamento russo Sputnik. 

De acordo com um relatório divulgado nesta quarta, a União Europeia estima que a Rússia e a China orquestraram campanhas de “difamação” para minar a confiança nas vacinas aprovadas por seu regulador de medicamentos, Pfizer/BioNTech, AstraZenca, Moderna e Johnson & Johnson.

CPI no Brasil

Na América Latina, Brasil, Chile, Colômbia e Equador continuam enfrentando uma forte onda de infecções. O número de mortes semanais no México caiu de 9.549 para 1.621 em 14 semanas e as infecções de 112.000 para menos de 19.000. 

No Brasil, a reguladora Anvisa se recusou a autorizar a vacina russa Sputnik V enquanto o Senado investiga a forma como o governo Bolsonaro administra a crise, o que pode afetar sua reeleição em 2022. 

As pesquisas mostram que ele pode ser derrotado, em especial pelo ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que desponta como seu principal adversário. Durante a pandemia, Bolsonaro minimizou seu impacto. 

A incerteza quanto à situação de saúde levou os organizadores das Olimpíadas de Tóquio – de 23 de julho a 8 de agosto – a adiar para junho a decisão sobre a presença de torcedores locais nas arquibancadas. Os atletas devem se submeter a um teste para covid todos os dias, em vez de a cada quatro, conforme planejado inicialmente. 

No mundo, o vírus já matou pelo menos 3.137.725 pessoas desde dezembro de 2019 e mais de um bilhão de doses de vacinas já foram administradas, de acordo com balanços da AFP com base em fontes oficiais.

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