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Novo plano de cortes nas gorduras do Estado dá para pagar injeção no Novo Banco

Luís Reis Ribeiro

Entre 2021 e 2025, o governo diz ter um programa de revisão da despesa onde pode emagrecer mais 400 milhões de euros. Em 2021, a medida que visa cortar gorduras é aliás a única que trava o aumento generalizado de despesa por causa da crise e da pandemia.

Todos os anos, os governos apresentam programas plurianuais de revisão da despesa pública — também conhecidos como planos para reduzir as “gorduras do Estado” — e todos os anos o objetivo é bastante ambicioso, ascende a 400 milhões de euros ou mais. O novo Programa de Estabilidade (PE) para o período de 2021-2025 não é exceção.

Nele, o governo prevê mais uma “medida estrutural” de “revisão da despesa pública” que visa gerar uma redução de 400 milhões de euros nos próximos cinco anos. Ou seja, com este plano de redução de gorduras o Governo paga praticamente toda a ajuda que pretende prestar este ano ao Novo Banco (NB), uma injeção de capital na ordem dos 430 milhões de euros, segundo o próprio PE.

É suposto o Estado recuperar esta ajuda daqui a uns anos. O dinheiro é emprestado já ao Fundo de Resolução, um dos donos do Novo Banco, juntamente com o fundo Lone Star.

Depois, de acordo com o contrato, espera-se que os donos do Fundo de Resolução (os bancos comerciais que operam em Portugal) devolvam a totalidade das ajudas, mas isso só deve acontecer daqui a algumas décadas.

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