O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido de oposição, pediu ajuda de países vizinhos para travar “o sofrimento” imposto pelos ataques de grupos armados em Cabo Delgado, norte de Moçambique.
“Zimbabué, África do Sul, Botsuana, Maláui, Tanzânia, não podem dormir: é preciso que ajudem Moçambique a sair desse sofrimento”, disse Ossufo Momade na segunda-feira, durante uma visita àquela província, citado hoje pela Rádio Moçambique.
Para o líder da oposição, os países vizinhos de Moçambique estão também em risco, pelo que “não podem apanhar sono” e devem ter atenção face às agressões e recrudescimento dos ataques no país.
“Quando o meu vizinho está a sofrer uma agressão, eu não apanho sono, porque o meu pensamento é de que, depois daquela casa, eles podem vir para a minha”, frisou Ossufo Momade.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista ‘ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes e 700.000 mil deslocados.
O mais recente ataque foi feito a 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.
As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.