O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU e o governo da Venezuela fecharam nesta segunda-feira um acordo para atender à alimentação de crianças, em meio à grave crise económica no país, onde a pobreza disparou
O convênio, que tem um orçamento anual de 190 milhões de dólares, foi assinado em Caracas pelo diretor executivo do PMA, David Beasley, que está na Venezuela desde domingo, e o presidente do país, Nicolás Maduro. “Tivemos um trabalho árduo, mas o que está claro é que é nosso compromisso responder às necessidades das crianças venezuelanas”, disse Beasley.
“Acredito que estamos dando um bom passo”, comemorou Maduro, que disse estar agradecido e que o acordo representa “o primeiro passo de um conjunto de projetos ambiciosos para o apoio alimentar à Venezuela”.
O convênio irá beneficiar 185 mil crianças até o fim do ano e deve oferecer refeições diárias a 1,5 milhão de estudantes até o fim do ano letivo de 2022-2023, segundo um comunicado divulgado no site do PMA. O orçamento anual previsto faz parte do Plano de Resposta Humanitária da Venezuela das Nações Unidas.
Beasley também se reuniu com o líder opositor Juan Guaidó, que publicou fotos do encontro no Twitter. “Agradeci a ele, em nome dos venezuelanos, por seu esforço para que o @WFP_es possa iniciar operações no país e se possa combater a fome da qual padecem milhões de venezuelanos”, tuitou Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por meia centena de países.
O país enfrenta a pior crise econômica de sua história moderna, com hiperinflação, sete anos de recessão e sanções financeiras lideradas pelos Estados Unidos para tentar tirar Maduro do poder. Quatro em cada cinco venezuelanos não têm renda para comprar a cesta básica, segundo a Pesquisa Nacional de Condições de Vida, realizada pelas principais universidades do país.