O embaixador do Brasil em Luanda afirmou que as questões relacionadas com a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola têm a ver com a crise interna da instituição e não afetam o relacionamento entre os dois Estados.
Rafael Vidal disse à agência Lusa que tem acompanhado os assuntos que envolvem brasileiros pertencentes à IURD recentemente notificados para abandonar Angola, mas sublinhou que se trata de questões migratórias sobre as quais quem legisla e tem competências é Angola, considerando que o caso não compromete a relação bilateral dos dois países.
“Absolutamente, não. A IURD em Angola é uma igreja angolana que conta com cidadãos brasileiros. É uma grande instituição que tem presença no mundo inteiro e, em Angola, é uma igreja angolana sujeita aos regulamentos e normas das instituições religiosas previstas pelo Estado angolano, que é um Estado de direito”, afirmou o diplomata.
Rafael Vidal acrescentou que as decisões do Estado angolano em relação à igreja de origem brasileira pautam-se pelas leis angolanas.
“A questão da IURD não é uma questão entre os Estados, é uma questão que envolve uma instituição brasileira que vem sofrendo uma crise interna e que, em função dessa crise, tem gerado decisões de órgãos reguladores como o INAR (Instituto Nacional para As-suntos Religiosos), em relação ao funcionamento da igreja”, complementou
São, por isso, questões relacionadas “com o ordenamento jurídico interno de Angola e a regulamentação da actividade religiosa” que “não entram na agenda bilateral entre os governos e os estados”, salientou, adiantando que “o Brasil acompanha com atenção todas as questões que envolvem cidadãos brasileiros” em Angola. Meia centena de missionários brasileiros afectos à antiga liderança da IURD em Angola estão a ser notificados para abandonar o país no prazo de oito dias, por se encontrarem com vistos de permanência no país caducados.
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