Início Portugal “É inevitável levantar moratórias em setembro, mas têm de criar instrumentos de transição”

“É inevitável levantar moratórias em setembro, mas têm de criar instrumentos de transição”

Foi ministro da Economia no primeiro governo de António Costa e é administrador da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. Defende solução para créditos adiados que inclua fundos, instituições financeiras e Banco de Fomento. Está otimista numa recuperação mais rápida no segundo trimestre. Elogia políticas europeias que não passam pela austeridade. Mas avisa que Portugal tem de retomar, a partir de 2022, o caminho de consolidação orçamental e de redução da dívida.

Manuel Caldeira Cabral acaba de escrever Construir uma Alternativa – A política económica da geringonça e a resposta à crise da covid-19. Em primeira mão, fala do livro, que é lançado amanhã, dia 6, pela D. Quixote e que tem 573 páginas. Um balanço de uma era com receitas que o ex-ministro da Economia diz estarem atuais para aplicar também à crise provocada pela covid-19.

A alternativa em formato de “geringonça” valeu a pena?
Penso que sim. O que propusemos foi uma política diferente em termos macroeconómicos, porque em vez de ser uma política pró-cíclica, contracionista, foi moderadamente expansionista, responsável, que repôs rendimentos e deu confiança às pessoas. Fez também um trabalho muito aprofundado na reposição do financiamento às empresas, o que foi muito importante, porque estas, quando acreditaram que a economia iria crescer, quiseram investir, mas precisavam de financiamento. Depois, uma série de políticas setoriais que desenvolvemos em startups, por exemplo; o apoio à inovação com o Programa Interface, mas também com o Indústria 4.0, um programa já de apoio à digitalização, que começámos em 2016. É muito interessante ver como isso, quatro anos mais tarde, se torna a grande prioridade da União Europeia (UE). Os programas que fizemos na área da inovação, mas também na capitalização das empresas, foram verdadeiras reformas estruturais pensadas com princípio, meio e fim, ouvindo os interlocutores de cada setor. Foi importante o governo da “geringonça”, no sentido de mudar as perspetivas que os próprios portugueses tinham do país.

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