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Novo embaixador do Brasil em Cabo Verde vê “potencial” para “parcerias de sucesso”

O novo embaixador do Brasil em Cabo Verde, Colbert Soares Pinto, afirmou em entrevista à Lusa, na Praia, que os dois países têm “potencial” para “parcerias de sucesso”, assumindo o objetivo de alargar o relacionamento bilateral.

O diplomata, com mais de 30 anos de carreira, foi nomeado para a Embaixada do Brasil na Praia em 2020 e assumiu funções em janeiro deste ano, e considera que as relações entre os dois países “continuam sólidas e com potencial para maior estreitamento”.

“Ao longo de mais de quatro décadas de interação frequente e trabalho conjunto, nossas sociedades foram descobrindo e explorando, tanto na esfera oficial quanto na informal, áreas de cooperação e convívio que têm constituído terreno fértil para o fortalecimento dos fraternos laços de amizade e respeito que nos unem”, apontou Colbert Soares Pinto.

Segundo o embaixador, o Brasil “reconhece e aplaude o bem-sucedido empenho de Cabo Verde para a construção de instituições verdadeiramente democráticas”, com base na “estabilidade política e a crescente prosperidade socioeconómica”.

“Fatores que distinguem o país não apenas na esfera continental africana, como também no concerto ampliado das nações. O compartilhamento de valores democráticos, assim como as afinidades histórico-culturais, são naturais facilitadores em nossos processos de diálogo, o que se nota pela confluência de posições em torno a entendimentos e projetos”, reconheceu.

Destacou que o Brasil vê “como importantes todos os ângulos da relação com Cabo Verde”, mas sublinhou o “êxito” das parcerias já realizadas em áreas de cooperação técnica, como o projeto Banco de Leite Humano, com a primeira fase já concluída na Praia e o previsto alargamento para a ilha de São Vicente, da cooperação na defesa, com formação de militares cabo-verdianos e missões conjuntas, ou da cooperação educacional.

“Nos últimos 20 anos, mais de 3.000 alunos cabo-verdianos realizaram estudos em universidades brasileiras”, apontou o embaixador.

“Há potencial para ainda mais parcerias de sucesso”, reconheceu.

Atualmente, segundo os dados avançados à Lusa pelo embaixador, estima-se que 250 a 300 brasileiros vivam em Cabo Verde, distribuídos pelas nove ilhas habitadas do arquipélago, sendo que “mais da metade” estão “em missão de caráter religioso”.

“O que caracteriza muitas vezes ânimo de permanência de médio prazo”, admitiu.

A “outra metade” está em Cabo Verde “basicamente de vínculos originados no Brasil, como de uniões matrimoniais com estudantes cabo-verdianos do programa de cooperação educacional”.

“Há ainda pequena parcela de empreendedores individuais, alguns deles também vinculados, de alguma forma, a unidades familiares originadas no Brasil”, explicou.

Num plano de reforço das relações bilaterais, Colbert Soares Pinto reconheceu a importância da decisão das autoridades cabo-verdianas de isentarem de visto prévio de entrada em Cabo Verde para os turistas brasileiros. A decisão foi tomada no final de 2019, mas a pandemia de covid-19, que em março seguinte levou à suspensão dos voos internacionais por Cabo Verde, acabou por não ter ainda resultados.

“A medida, muito relevante para aumentar o número de potenciais visitantes do Brasil a Cabo Verde, ainda não obteve resultado prático, em decorrência das medidas restritivas às viagens internacionais no contexto do controle da pandemia de covid-19. Esperamos que, quando as ligações aéreas rotineiras forem restabelecidas, a supressão de vistos possa ter o efeito esperado”, apontou.

Colbert Soares Pinto ingressou no serviço diplomático brasileiro em 1990 e já trabalhou, no exterior, nas Embaixadas do Brasil em Roma (Itália) e Caracas (Venezuela), bem como no Consulado em Montreal (Canadá).

Foi ainda cônsul-geral em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) e antes de assumir o cargo em Cabo Verde era embaixador em Lusaca (Zâmbia).

Nas funções em Cabo Verde assume o objetivo de “expandir o relacionamento bilateral e a agenda de cooperação”, mostrando-se satisfeito com o que encontrou no arquipélago.

“Nesses dois meses, tive uma perceção inicial de um excelente clima de trabalho, em que prevalece a boa disposição dos interlocutores com quem tenho mantido contactos”, concluiu.

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