A TAP anunciou recentemente a sua intenção de voltar a voar entre Lisboa e Caracas, na Venezuela, apenas a 2 de novembro, duas vezes por semana, o que significa um longo período de oito meses até que comece a haver alguma normalização nesta rota, o que naturalmente causa uma grande perturbação à comunidade portuguesa residente no país.
A expetativa, no entanto, era que esta ligação aérea pudesse ser retomada assim que os efeitos da pandemia fossem minimizados, quer pela diminuição de casos quer pelas medidas de controlo associados à vacinação e testagem, demonstrando haver maior atenção relativamente aos países onde a presença das comunidades portuguesas é expressiva, assegurando a deslocação regular dos cidadãos sem sobressaltos, imprevistos ou preços inflacionados.
Cabe salientar que a TAP tem um compromisso e uma missão incontornável de serviço público, que obviamente se deve refletir na sua relação com as comunidades portuguesas, relativamente à Venezuela, como a outros países, como consta das suas orientações e obrigações.
Infelizmente, porém, isto não tem acontecido e seria da maior importância que se percebesse quais as razões que estão na base desta determinação de apenas retomar os voos dentro de oito meses. Além disso, no plano de restruturação da TAP, não existem referências à importância da ligação estratégica da companhia aos países onde as comunidades portuguesas possuem forte presença, o que, naturalmente, gera nos portugueses residentes no estrangeiro um sentimento de abandono por aquela que é sua companhia do coração.
Ao ensejo, cabe destacar que a TAP, dentro do seu plano de restruturação, deveria sempre priorizar as ligações com os países de forte presença das comunidades portuguesas, mormente restabelecendo estes voos assim que houver condições sanitárias adequadas relacionadas com os efeitos da pandemia causada pela COVID-19.
*Deputado do Partido Socialista Português