A empresa tecnológica chinesa Huawei não está “interessada” em construir uma rede privada 5G para o governo do Brasil, disse o Ministro das Comunicações Fábio Faria.
“Estive na China e percebi claramente que eles não têm interesse em criar a rede privada do governo”, disse Fábio Faria numa audiência pública organizada pelo grupo de trabalho parlamentar que monitoriza a execução da rede 5G no Brasil.
Em Novembro do ano passado, o Brasil declarou apoio a um plano do governo dos EUA, na altura liderado por Donald Trump, para excluir as empresas estatais chinesas das redes 5G.
Mas as recentes regras para o leilão 5G, aprovadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em Fevereiro, não excluem quaisquer empresas (ver abaixo), como foi sublinhado por Faria na audiência.
“Não excluímos um país. Não excluímos a China, para ser muito direto”, disse o ministro.
Quanto à rede privada para a administração pública federal, Huawei está concentrada na operação comercial de 5G, enquanto o governo brasileiro “tem o direito de escolher o seu parceiro”, acrescentou.
O objetivo da rede privada é ser um canal seguro para a comunicação estratégica do governo. A empresa que fornece equipamento para esta rede deve seguir padrões de transparência e governação empresarial, requisitos que segundo o ministro a Huawei não cumpre nesta matéria.
Entretanto o porto de Sines em Portugal poderá vir a tornar-se num “hub” europeu para o agronegócio brasileiro, de acordo com funcionários governamentais dos dois países.
A Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) realizou um seminário online com mais de 100 funcionários, incluindo Eurico Brilhante Dias, Secretário de Estado para a Internacionalização de Portugal, e Tereza Cristina, ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.
“Funcionários governamentais de Portugal e do Brasil comprometeram-se a promover Sines como um centro europeu de distribuição e transferência para o agronegócio brasileiro”, segundo a APS.
O presidente da APS, José Luís Cacho, apresentou os serviços portuários oferecidos a este setor para carga a granel (como soja ou milho) e contentorizada (incluindo frigorífica), com uma ligação semanal entre Sines e os portos brasileiros.
A licitação para a construção do novo terminal Vasco da Gama no Porto de Sines, em Portugal, foi adiada até Abril de 2021, de acordo com a administração. O projeto de 600 milhões de euros, que o Governo de Portugal pretende incluir na iniciativa de Pequim “Faixa e Rota”, deverá ter licitações de grandes empresas internacionais, incluindo da China.