A proibição de que meninas cantem em público, imposta na semana passada pelas autoridades de educação na capital afegã, foi revogada após uma campanha de protesto nas redes sociais.
Corais de estudantes são comuns nos eventos oficiais afegãos.
Quando as autoridades educacionais de Cabul proibiram a participação de adolescentes, houve uma reação imediata.
A ordem levantou temores de que as autoridades educacionais estivessem “talibanizando” o país, antecipando o que seria o retorno a uma época em que o grupo islâmico proibia a participação de mulheres em quase todos os âmbitos da sociedade.
Na noite de domingo, o Ministério da Educação divulgou um comunicado, no qual afirmava que a proibição “não reflete as posições, ou políticas, do Ministério”.
O anúncio foi feito após uma reação em massa nas redes sociais com a hashtag #IAmMySong (#EuSouMinhaCanção).
“No Afeganistão, o Ministério da Educação sufocou hoje as vozes das nossas meninas, ao tornar ilegal que cantem”, tuitou Shamila Kohestani, ex-capitã da seleção feminina de futebol.
A polêmica surge em meio a temores de uma possível volta dos talibãs ao poder, no momento em que os Estados Unidos estudam a possibilidade de retirar, nas próximas semanas, as tropas que ainda mantêm no país. A medida faria parte do histórico acordo firmado com os insurgentes no ano passado.