O ex-Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, atribuiu ao então ministro de Estado e chefe da Casa Militar, Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, a responsabilidade sobre a forma como foi gerido o Gabinete de Revitalização da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA), que registou um desfalque de 98.141.632 de euros.
Numa carta de apenas dois pontos, chegada de Barcelona (Espanha), dirigida à Câmara Criminal do Tribunal Supremo durante a fase de instrução preparatória do processo judicial em que o ex-director do extinto GRECIMA, Manuel António Rabelais, é acusado dos crimes de branqueamento de capitais, peculato e violação de normas de execução do plano e orçamento, José Eduardo dos Santos escreve que não tem nada que esclarecer, porque a questão da gestão do GRECIMA foi acompanhada pelo general na reforma Manuel Hélder Vieira Dias.
A carta, lida, ontem, na terceira sessão da audiência de discussão e julgamento de Manuel Rabelais e Hilário Santos, termina afirmando que “se mais esclarecimentos forem necessários, Manuel Hélder Vieira Dias também os podia fazer, desde que não se trate de matéria de Segredo do Estado.” O juiz principal da causa afirmou que a carta de José Eduardo dos Santos cria uma “nuvem cinzenta” em relação a algumas questões feitas desde o início do processo.
O magistrado judicial afirmou que muitas questões deviam mesmo ser colocadas ao general na reforma, porque a gestão da instituição era dele. Os juízes admitem mes-mo a possibilidade de, em função de toda essa confusão sobre quem geria o GRECIMA, chamar ao processo como declarante Hélder Vieira Dias “Kopelipa” para ser ouvido.
Leia mais em Jornal de Angola