Um relatório publicado pela International Chamber of Shipping (ICS), intitulado “Diversity Tracker”, indica que “o transporte marítimo é o motor do comércio global, transportando mais de 90 por cento do comércio mundial em termos de tonelagem e possibilitando a movimentação de milhões de passageiros”.
De acordo com o documento, “são essenciais pessoas devidamente qualificadas para garantir um transporte seguro, ecologicamente correto e eficiente”.
O relatório estima que mais de 1,6 milhões de pessoas trabalham em navios, incluindo petroleiros, graneleiros, porta-contentores e navios de passageiros. Deste número total de pessoas indicadas, 16.500 (1 por cento) são mulheres.
Àquele número devem ainda ser adicionadas cerca de 300 mil a 350 mil pessoas que trabalham em navios de cruzeiro, das quais 28 a 30 por cento são mulheres. Em média, e considerando todos os tipos de navios, o estudo refere que 7,5 por cento das pessoas que trabalham atualmente a bordo de navios são mulheres.
O relatório indica que 30 por cento das empresas empregam mulheres em cargos de direção e cerca de 60 por cento das companhias têm oficiais do sexo feminino a bordo de navios.
Embora seja encorajador que muitas empresas (75 por cento) tenham uma política de licença maternidade, o relatório também observa que é vital que as políticas sejam robustas e levanta preocupações sobre se as empresas encorajam ativamente a diversidade e inclusão entre as tripulações e funcionários.
O documento deixa ainda um conjunto de recomendações, desafiando as empresas a serem capazes de demonstrar diversidade corporativa e políticas de inclusão, designadamente, aumentarem significativamente o número de mulheres a bordo de 7,5 para 12 por cento nos próximos três anos (quando for publicado um novo relatório), e para 25 por cento, em 20 anos.
O estudo conclui ainda que “a sustentabilidade deste setor depende da capacidade de continuar a atrair novos candidatos e a reter os atuais profissionais”.
Assinala também que setor marítimo é sensível às tendências económicas globais, incluindo a procura global por bens, assegurando que o mesmo tem evoluído com mudanças estruturais no comércio marítimo, incluindo, designadamente, a dimensão e composição das frotas nacionais, a aplicação de novos métodos de gestão marítima e os avanços tecnológicos.