Uma equipa de entusiastas em criptografia anunciou esta sexta-feira (11) que decifrou com sucesso uma das mensagens codificadas enviadas há mais de 50 anos pelo “Zodiac Killer”, um assassino em série que aterrorizou o norte da Califórnia no final da década de 1960 e nunca foi identificado.
A mensagem foi supostamente enviada em novembro de 1969 ao jornal San Francisco Chronicle pelo assassino, e seu código era composto por uma série de letras e símbolos criptografados.
Os detetives esperavam que a mensagem codificada contivesse a identidade do criminoso, que cometeu pelo menos cinco assassinatos em 1968 e 1969, mas reivindicou 37 no total e inspirou outros assassinos em série.
De acordo com o trio de criptógrafos, na mensagem o autor gaba-se e desafia as autoridades, mas não dá pistas reais sobre o motivo dos crimes e sua identidade.
“Espero que se estejam a divertir muito tentando me prender… Não tenho medo da câmara de gás porque ela vai-me mandar para o paraíso (sic) muito mais cedo e porque agora tenho escravos suficientes a trabalhar para mim”, diz a mensagem.
David Oranchak, um web designer americano de 46 anos, precisou de vários programas de computador e anos de trabalho para quebrar o código complexo no qual começou a trabalhar em 2006.
Oranchak foi auxiliado por Sam Blake, um matemático australiano, e Jarl Van Eykcke, um especialista em logística belga, explicou ao San Francisco Chronicle, que confirmou a descoberta junto ao FBI, a agência federal responsável pela investigação.
Uma primeira mensagem enviada aos jornais da Califórnia foi descodificada por um professor e sua esposa em 1969.
“Gosto de matar porque é muito engraçado”, dizia aquele texto, fazendo referência novamente aos “escravos” que alegava reunir para servi-lo na vida após a morte.
Mas o código usado na primeira mensagem era muito mais simples do que a “cifra 340”, assim chamada porque contém 340 caracteres espalhados por 17 colunas.
A cifra 340 é lida diagonalmente, começando do canto superior esquerdo e descendo um quadro e dois quadros à direita.
Quando se chega ao fundo, o leitor deve voltar para o canto oposto, explicou o especialista em vídeo postado em seu canal no YouTube.
Oranchak observou que o sistema de criptografia aparece em um manual destinado aos militares dos Estados Unidos datado da década de 1950.