O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pediu ontem às universidades dos Estados Unidos para desconfiarem dos estudantes chineses e do financiamento da China, alertando para os esforços de Pequim para roubar conhecimento.
O ainda chefe da diplomacia dos EUA, que tem liderado a ofensiva do Governo do Presidente Donald Trump contra a China, falava durante uma cerimónia num instituto universitário no Estado da Geórgia, onde existe uma numerosa comunidade de estudantes asiáticos e onde decorrerão em janeiro eleições para dois lugares do Senado decisivas para o controlo da câmara alta do Congresso.
Mike Pompeo garantiu que é preciso continuar a receber os chineses que “honestamente” querem estudar nos Estados Unidos, mas recordou o caso de dois estudantes chineses acusados de espionagem.
“Se não tivermos cuidado, se não abrirmos os olhos, vamos aprender uma lição de Pequim”, alertou Pompeo, na cerimónia em Atlanta.
“O Partido Comunista Chinês sabe que nunca poderá igualar o nosso nível de inovação. (…) É por isso que envia quase 400.000 alunos, cada ano, para os Estados Unidos”, acrescentou o secretário de Estado.
Pompeo reiterou os apelos para que as universidades americanas encerrem todos os Institutos Confúcio para o ensino de chinês, considerados pelo Departamento de Estado norte-americano como ferramentas da propaganda de Pequim.
Pompeo disse também aconselhou as universidades a investigarem o que os “chamados grupos de estudantes apoiados pelo dinheiro do Partido Comunista Chinês” estão a fazer nos EUA.
“Não podemos permitir que este regime tirânico roube as nossas informações para construir o seu poderio militar, fazendo lavagem cerebral nas nossas casas ou corrompendo as nossas instituições para encobrir essas atividades”, insistiu o secretário de Estado.
Citando dados do Departamento de Educação dos Estados Unidos, Mike Pompeo afirmou que as universidades americanas receberam cerca de mil milhões de euros da China, desde 2013, acusando instituições de prestígio de não informarem sobre todo o seu financiamento chinês.
Pompeo também estimou que a China tem sucesso no objetivo de se infiltrar em universidades norte-americanas prestigiadas por estas serem próximas à esquerda, já que “o antiamericanismo está espalhado por lá”.
Mike Pompeo tem vindo a descrever a China como o adversário estratégico número um dos EUA e o Governo Trump tem-se envolvido num confronto em várias frentes com a superpotência asiática.
O Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, também prometeu ser muito firme em relação a Pequim, embora esteja a ponderar mais cooperação com a China, face aos desafios globais da pandemia e da mudança climática.