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Portugal tem de “criar cerca de 25 mil empregos qualificados até 2030 no setor privado”

Portugal terá de criar 25 mil postos de trabalho qualificados até 2030 para atingir as metas europeias para a investigação e inovação, disse o ministro da Ciência e Ensino Superior no Encontro Nacional de Politécnicos 2020, ontem.

“Para Portugal atingir um nível de investimento de 3% do Produto Interno Bruto em investigação até 2030 implica duplicar a despesa pública e multiplicar a despesa privada por 3,5 vezes, até 2030, o que equivale a ter de criar cerca de 25 mil empregos qualificados até 2030 no setor privado, ou seja, cerca de dois mil por ano”, afirmou Manuel Heitor, no encerramento do encontro.

O ministro da Ciência e Ensino Superior traçou quatro desafios para o ensino superior nos próximos anos, o primeiro dos quais passa pelo alargamento a “grupos mais vulneráveis”, para contornar o problema da diminuição demográfica e chegar a 2030 com “seis em cada 10 jovens” a frequentar o ensino superior.

Nesse sentido, é necessário “diversificar a oferta e especializá-la” em interação com os centros de investigação e com o mercado de trabalho e as necessidades de criação de emprego.

Dirigindo-se aos politécnicos, frisou que estas instituições “devem continuar o processo” de aposta em cursos profissionais que têm vindo a ter, atraindo hoje 400 mil estudantes, direcionando-a no futuro também a pessoas já inseridas no mercado de trabalho.

O quarto desafio é o de melhor posicionar a nível europeu as instituições de ensino superior, reforçando as redes de instituições de ensino superior europeias e criando modelos de gestão a partir de consórcios europeus, que facilitem, por exemplo, o recrutamento de docentes e de investigações em conjunto.

No encontro, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos, considerou que o próximo quadro comunitário deverá reforçar o financiamento para cursos superiores profissionais dos institutos politécnicos, “essenciais para o desenvolvimento das regiões” onde estão inseridos

O responsável frisou que a meta era chegar a 2020 com 20 mil estudantes a frequentar esses cursos e “foi superada”, com 36 mil alunos.

Contudo, alertou, “há regiões onde essa oferta é deficitária”, dando o exemplo da região de Lisboa.

O Encontro Nacional de Politécnicos 2020 foi organizado pela Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico, em parceria com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.

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