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Três candidatos discutem este domingo o futuro do Vitória de Setúbal

Os sócios do Vitória de Setúbal escolhem domingo, no pavilhão Antoine Velge, qual das três listas candidatas às eleições vai dirigir os órgãos sociais do clube no mandato 2020-2023.

Vítor Hugo Valente (lista A), Paulo Rodrigues (B) e Nuno Soares (D) encabeçam as candidaturas que propõem governar o clube, que foi administrativamente relegado da I Liga ao Campeonato de Portugal, durante a pior crise dos seus quase 110 anos de existência.

Depois da renúncia apresentada em setembro pela direção presidida por Paulo Gomes, que tinha vencido as eleições de janeiro de 2020, Vítor Hugo Valente, que teve a segunda lista mais votada nesse ato eleitoral, volta a entrar na corrida pela liderança dos setubalenses.

O advogado, de 59 anos, que presidiu o clube entre dezembro de 2017 e janeiro de 2020, foi o primeiro a formalizar candidatura e afirma que avançou com o objetivo de salvar a SAD e devolver os sadinos à I Liga.

“Propus-me, com a equipa que está comigo, a salvar a SAD e consequentemente salvar o clube. O objectivo é trazer o Vitória à I Liga em dois anos”, aponta, referindo que conta para esse objetivo com o apoio do grupo de Gérard Lopez, proprietário do Lille, que já o tinha apoiado nas eleições anteriores.

“O investidor é deste mesmo grupo. Claro que a lei impede que Gérard Lopez, que adquiriu recentemente a SAD do Boavista, venha a adquirir em nome próprio a SAD do Vitória, mas há muita maneira de fazer as coisas e há pessoas próximas e empresas gigantes. É este o caminho, esta pessoa traz credibilidade e propôs-se, mais uma vez, a ajudar o Vitória”, disse.

Caso seja eleito, Vítor Hugo Valente aponta como prioridades a resolução dos salários dos funcionários do clube e a realização de uma Assembleia-Geral (AG) para que os sócios se pronunciem.

“Vou ter de falar com os funcionários e jogadores que estão numa situação calamitosa. Já dei também indicações ao nosso candidato a presidente da mesa da AG para, tão rápido quanto possível, convocarmos uma Assembleia-Geral para que os sócios decidam se querem que o investidor que temos participe no capital da SAD para podermos recolocar o Vitória na I Liga”, vincou.

A lista B é encabeçada por Paulo Rodrigues, ex-empresário de futebol, que afirma ser “neste momento o sócio do Vitória melhor preparado para tirar o clube da situação terrível em que se encontra”.

“O Vitória precisa de uma mudança drástica. Se já tinha, e com muito orgulho, ajudado várias vezes o Vitória a poder permanecer na I Liga, não era agora numa altura em que mais precisa, que ir virar as costas. Quero reorganizar o Vitória, dar-lhe futuro a curto, médio e longo prazo, quero restituir o respeito e a grandeza pelo clube”, apontou.

O candidato aposta em Bento Valente, que no passado exerceu funções na Academia do Sporting, como coordenador do futebol de formação dos sadinos caso vença as eleições.

“O Vitória não pode continuar a ser gerido e conduzido de forma amadora, e eu e a minha lista somos, sem dúvida, a que mais conhecimentos, experiência e profissionalismo tem em todas as áreas. Queremos reverter as dívidas, apostar na formação enquanto pilar estratégico fundamental e aproveitar da melhor maneira os investidores/parceiros que temos connosco”, disse.

Para ajudar a concretizar os projetos que tem para o Vitória de Setúbal, entre eles a construção da Academia Mourinho Félix e o devolver o clube à I Liga, Paulo Rodrigues apresenta vários parceiros.

“Tenho assegurados três investidores/parceiros: um para o clube, um para a SAD e um para a Academia Mourinho Félix. Um dos nossos maiores parceiros para a SAD chama-se Fund Box [Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, sediada em Lisboa]”, avançou.

A lista C é encabeçada por Nuno Soares, empresário setubalense que presidiu à Comissão de Auditoria do Vitória, que se apresenta a sufrágio por não se rever em nenhuma nas candidaturas lideradas por Vítor Hugo Valente e Paulo Rodrigues.

“Percebi que a maioria dos sócios não se identificava com nenhuma das duas listas. Apresentamo-nos a eleições, evitando que as mesmas estejam limitadas a duas opções que, claramente, não refletem a maioria do eleitorado”, explicou.

Além de estabelecer “os salários de funcionários e estrutura de futebol como prioridade”, Nuno Soares, ex-árbitro de futebol, pretende estabilizar a área financeira do Vitória de Setúbal.

“É fundamental para o Vitória e a SAD cumprirem os PER em curso. Para isso, há que criar parcerias para dar sustentabilidade à SAD. Temos parceiros credíveis dispostos a, junto connosco, trabalhar na resolução dos problemas e com grande capacidade de investimento”, afirmam sem revelar os nomes dos investidores.

O candidato da lista C explica que o seu projeto está dividido em três fases e mostra-se confiante de que poderá ser o sucessor de Paulo Gomes na presidência do clube.

“Em primeiro lugar, estabilização imediata porque há necessidade de dinheiro para estabilizar salários e contas que há para pagar. Depois auditoria do clube – da qual sou presidente da Comissão de auditoria – que tem de ser feita por se tratar de um instrumento de gestão. Em terceiro lugar, o Vitória tem de ser recuperado em termos de instalações, na relação com os sócios e na ligação aos jovens e na imagem que tem na cidade”, frisou.

Os sócios do Vitória de Setúbal, clube que se estreia domingo na série H do Campeonato de Portugal diante do Moncarapachense, vão escolher os dirigentes que vão preencher os lugares da Mesa da Assembleia-Geral, Direção e Conselho Fiscal e Disciplinar, entre as 08:00 e 22:00 de domingo, no pavilhão Antoine Velge.

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