Início Angola Movimento exige referendo sobre independência de Cabinda, supervisionado pela ONU

Movimento exige referendo sobre independência de Cabinda, supervisionado pela ONU

Território é rico em recursos naturais e o governo de Luanda não abre mão disso

O Movimento Independentista de Cabinda (MIC) pediu, este fim-de-semana, um referendo à desanexação do enclave angolano face à escalada de tensão na região.

A situação é considerada tensa no enclave de Cabinda que continua a ser palco de conflitos armados entre forças do Governo e movimentos independentistas, apesar do “cessar-fogo imediato” decretado recentemente pela  Frente de Libertação do Estado de Cabinda — Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC).

O Governo angolano em Luanda, que não abre mão dos recursos naturais de Cabinda, insiste em descrever a província como um território em paz efetiva, mas Carlos Vemba, presidente do MIC, revela precisamente o contrário em entrevista à Deutsche Welle África.

“É claro que Cabinda é um território em guerra. Para quem vai do Cacongo ao norte de Cabinda, [sabe] que há ataques uma vez ou outra. Já não é em grande escala como há dez ou 15 anos, mas tem havido ataques onde muitos efetivos das Forças Armadas de Angola têm sucumbido”, revela.

Carlos Vemba acusa mesmo as tropas angolanas de invadirem campos de refugiados na República Democrática do Congo, junto à fronteira com Cabinda, e de matarem à queima roupa alguns civis. “Cabinda vive uma instabilidade. Se vivesse uma estabilidade política, o governo angolano não ousaria enviar tropas”, acusa, garantindo que o enclave continua a ser “um território sob fogo cruzado”.

Além disso, o MIC denuncia ainda violações de direitos humanos por parte de membros das forças armadas do país. Por isso, defende Vemba, só há uma solução: Referendar a independência. “Depois destes 45 anos de ocupação militar de Cabinda por parte do Estado angolano, nós entendemos que a única forma de resolver esse problema é a realização de um referendo, mas um referendo supervisionado pela Organização das Nações Unidas e por outras organizações creditadas internacionalmente”, sugere.

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