Um tribunal de Amsterdão decidiu congelar a participação de Sindika Dokolo, marido da empresária angolana Isabel dos Santos, na Exem, no âmbito de uma disputa sobre um negócio com a Sonangol, em 2006.
De acordo com a decisão, consultada hoje pela Lusa, o tribunal comercial arbitral holandês congelou a participação do empresário na Exem e forçou a saída do conselho de administração da Esperaza do representante desta empresa, tendo ainda ordenado que os dividendos sejam devolvidos.
Em causa está a venda, por parte da Sonangol, da participação de 40% na holding Esperaza à Exem, que tem como principal beneficiário o empresário congolês Sindika Dokolo, marido da empresária Isabel dos Santos, filha do antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos.
A Sonangol detém 60% das ações da Esperaza, tendo a Exem os outros 40%. A Exem é uma holding holandesa que tem como principal beneficiário Sindika Dokolo, de acordo com os documentos do tribunal.
A Sonangol argumenta que a Exem adquiriu a participação na Esperaza em “condições extremamente vantajosas”, ao pagar 11,3 milhões de euros à cabeça e os restantes 63,8 milhões de euros através de empréstimos financiados pela Sonangol.
Em declarações às agências financeiras internacionais, o representante da Exem na Esperaza, Mário Leite Silva, disse que “não há qualquer conclusão sobre qualquer irregularidade cometida pela Exem, ou por Sindika Dokolo”.
A representante de Isabel dos Santos, por seu turno, salientou que a empresária “não lidera a Exem e não tem qualquer papel na Exem ou Esperaza e, portanto, não tem qualquer envolvimento nestes assuntos”.
Na segunda-feira, a Exem Energy, empresa de Isabel dos Santos e Sindika Dokolo que detém uma participação indireta na Galp, confirmou ser alvo de inquérito por parte das autoridades holandesas, relacionado com a Sonangol, mas garante nada dever à petrolífera angolana.