Os clubes europeus de futebol arriscam perdas de quatro mil milhões de euros em receitas por causa do impacto da pandemia de covid-19, alertou hoje a Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla inglesa)
“Muitos clubes arriscam a sua própria existência”, lançou Andrea Agnelli, presidente da Juventus e da ECA, durante uma assembleia geral virtual da organização, apontando para as conclusões de um estudo sobre o impacto económico da pandemia sobre a indústria do futebol.
O trabalho incidiu sobre dez ligas europeias, mostrando que o impacto deve ser pior na época de 2020/21 do que na temporada já terminada.
Sem contar com as receitas de transferências, as receitas dos clubes europeus dos países analisados (onde estão as principais ligas) devem baixar 1,5 mil milhões de euros (2019/20) e 2,1 mil milhões de euros na próxima época, num total de 3,6 mil milhões de euros.
Extrapolando os resultados para a totalidade das ligas europeias, o impacto global nas receitas pode ascender a 4 mil milhões de euros.
Andrea Agnelli acrescentou que, a este montante, há que contar com uma quebra de “20 a 30%” do mercado de transferências.
Face à proibição da presença de público nos estádios, depois de um recuo estimado de 14% nas receitas provenientes da bilheteira na última época, a temporada de 2020/21, deve apresentar uma descida de 38,5%.
Isto, aliado à queda das receitas de publicidade e patrocínios, bem como dos direitos televisivos, que, em conjunto, também fazem subir o peso dos salários sobre as contas dos clubes, enfraquecendo as estruturas mais frágeis.
Ainda assim, Agnelli salientou que só no final da época que agora começou é que será possível fazer um retrato mais fiel do impacto económico da pandemia.
O dirigente vincou que, dado o longo período em que se vai viver a “gestão da crise” na indústria, vai ser necessário discutir o formato das competições europeias após 2024. A Juventus, liderada por Agnelli, já se mostrou em diversas ocasiões favorável a uma remodelação das provas da UEFA em favor dos grandes clubes.