Várias cidades dos Estados Unidos da América foram hoje palco de protestos relacionados com a violência policial contra afro-americanos, após o caso de Jacob Blake que foi atingido a tiro pelas costas pela polícia, em Kenosha, no Wisconsin.
Estes protestos acontecem ainda passados 100 dias desde as manifestações em diferentes partes do país após a morte, em 25 de maio, de George Floyd, um afro-americano que foi pressionado no pescoço com o joelho por um policia até ficar asfixiado.
Entre os locais das manifestações destacam-se Portland, Washington, Louisville e Rochester, com os recentes protestos a coincidirem com a ‘ponte’ festiva do Dia do Trabalho, que nos Estados Unidos se celebra na primeira segunda-feira do mês setembro.
Segundo a polícia de Portland, na noite de sexta-feira foi realizada uma marcha desde Kenton Park, que ao passar em frente à associação policial daquela cidade se transformou em violência, obrigando as autoridades a declararem ilegal a concentração.
“Os policias permaneceram no perímetro do prédio para evitar que os manifestantes acedessem ao escritório” da associação, informou a polícia de Portland, explicando que essas instalações têm sido alvo de “incendiários” nos últimos meses.
Neste âmbito, a polícia contabiliza 27 detidos, depois de ter dispersado um grupo de pessoas que permaneceram no local e que, segundo a versão oficial, atiraram pedras e garrafas de água contra os polícias.
Na cidade de Portland, um homem morreu no último fim de semana, depois de confrontos entre apoiantes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e membros do movimento “Black Lives Matter” (vidas negras importam).
Na capital dos Estados Unidos, foram convocadas marchas, vigílias e comícios para exigir justiça para Deon Kay, um jovem afro-americano de 18 anos que foi baleado e morto, na quarta-feira, por um polícia de Washington D.C.
Na terça-feira, Donald Trump visitou Kenosha, no Wisconsin, onde um polícia disparou sete vezes nas costas contra o afro-americano Jacob Blake, em 23 de agosto, atribuindo os protestos à esquerda radical e ao “terrorismo doméstico”.