Os Estados Unidos anunciaram hoje a imposição de sanções contra empresas e responsáveis chineses acusados de contribuir para a “militarização” do mar do Sul da China, área que é alvo de reivindicações territoriais por parte de Pequim.
Estas sanções surgem integradas numa nova e reforçada abordagem política, anunciada em meados de julho pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, para lutar contra as reivindicações “ilegais” de Pequim no mar do Sul da China, bem como ocorrem num contexto de agravamento das tensões entre as duas grandes potências mundiais.
Num comunicado, o chefe da diplomacia norte-americana ameaça continuar “a aplicar medidas enquanto Pequim não deixar de ter um comportamento coercivo no Mar do Sul da China”.
“Continuaremos a apoiar os nossos aliados e parceiros na sua resistência a estas atividades desestabilizadoras”, indicou Mike Pompeo.
Neste sentido, o Departamento de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) decidiu rejeitar vistos norte-americanos a qualquer cidadão chinês que contribua para a “secagem em grande escala, construção ou militarização” de ilhas artificiais e instalações nesta área disputada por outros países asiáticos.
Também são visados por esta medida aqueles que participam na “utilização pela República Popular da China de coerção contra pessoas no Sudeste Asiático para obstruir o respetivo acesso a recursos ‘offshore’”, de acordo com a nota informativa do Departamento de Estado norte-americano.
As pessoas sancionadas e os respetivos familiares “já não poderão entrar nos Estados Unidos”, concluiu o Secretário de Estado norte-americano.
Pelas mesmas razões mencionadas pela diplomacia norte-americana, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos acrescentou também hoje 24 empresas estatais chinesas à lista de entidades sancionadas, incluindo várias subsidiárias da China Communications Construction Company, acusadas de ajudar o exército chinês a militarizar as ilhas artificiais erguidas no mar do Sul da China.
Pequim reivindica como sua a maioria do mar do Sul da China, apesar dos protestos do Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei.
Este mar estratégico, por onde transitam anualmente cerca de 5 mil milhões de dólares (mais de 4 mil milhões de euros) de mercadorias, tem vastas reservas de gás e petróleo.
As tensões recorrentes entre países com fronteiras com o Mar do Sul da China são consideradas como uma fonte potencial de conflito na Ásia.