Malaquias António: “Amílcar Cabral assinou o primeiro panfleto do nosso grupo clandestino”

Militante do MPLA há mais de 60 anos, Malaquias António, cujo nome da clandestinidade era Domingos Malaquias, continua fiel ao partido, apesar da tristeza que sente por não ter sido ainda alcançado um outro objectivo da luta pela Independência Nacional – o bem-estar do povo angolano. Nesta entrevista, o nacionalista revela que o primeiro panfleto que Neves Bendinha apresentou ao seu grupo na clandestinidade foi assinado por Amílcar Cabral
Como é que entra para o MPLA?
As ideias revolucionárias iniciam na Igreja Metodista , onde tínhamos grupos denominados por “Esquadrão da Cruz”, “Estandarte de Cristo”, “Triângulo Vermelho”, “Triângulo Azul” e o Grupo “X”. O “Triângulo Azul” era especificamente para meninas, onde aprendiam cursos como Corte e Costura e Culinária. Na altura, a professora era a dona Maria da Silva, mãe do primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto, que liderava o grupo.
É nesta altura que começa a engajar-se na actividade política?
Sim. Isso nos anos 1950, quando ainda não existia o partido MPLA, mas já tínhamos as nossas ideias. Eu pertencia ao Grupo “X”, composto por rapazes e raparigas com idades compreendidas entre os 11 e 13 anos. Foi nesse grupo onde começaram as ideias revolucionárias.
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