A Pharol, antiga Portugal Telecom, atingiu 1,7 milhões de euros de prejuízos, face a 24,8 milhões de euros de lucros registados no período homólogo, de acordo com um comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“O resultado líquido da Pharol no primeiro semestre de 2020 foi negativo em 1,7 milhões de euros, justificado essencialmente pelos custos operacionais recorrentes de 1,4 milhões de euros”, lê-se na mesma nota.
No mesmo comunicado, a Pharol contabiliza ainda como “outros custos líquidos” a coima da CMVM no valor de 250 mil euros.
A empresa foi multada, em março deste ano, por omissão de informação sobre investimentos em dívida do Grupo Espírito Santo (GES), num processo que remonta a 2014.
A participação da Pharol na operadora brasileira Oi, o seu principal ativo, “terminou o semestre com uma valorização de 1,9 milhões de euros finalizando em 64,5 milhões de euros, tendo o ganho na cotação (20,6 milhões de euros) sido em grande parte anulado pela desvalorização cambial do real no investimento (18,7 milhões de euros)”, lê-se na mesma nota.
Alem disso, indicou a companhia, os capitais próprios “aumentaram 154 mil euros, terminando este primeiro semestre de 2020 em 131,7 milhões de euros” o que reflete a valorização da participação na Oi e o resultado líquido negativo, segundo o comunicado.
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) da empresa foi negativo em 1,4 milhões de euros, uma melhoria face aos dois milhões de euros negativos do ano passado.
Por outro lado, “os ganhos em ativos financeiros e outros investimentos líquidas no primeiro semestre de 2019 totalizaram 26,7 milhões de euros”, refletindo o “ressarcimento de danos no âmbito do acordo entre a Oi e a Bratel Sarl no montante de 36,8 milhões de euros, e uma perda de 10,1 milhões de euros decorrente da redução do valor expectável da Rio Forte”.
Em 30 de junho de 2020, a Pharol detinha como principais ativos 326.259.859 ações ordinárias e 1.800.000 ações preferenciais da Oi S.A., representativas de 5,5% do capital social total da Oi e os instrumentos de dívida da Rio Forte Investments S.A. com um valor nominal de 897 milhões de Euros.
A Rio Forte foi uma das sociedades do antigo GES, agora insolvente, que esteve no centro do esquema que levou à queda do grupo, em 2014 e que está sob acusação do Ministério Público.