Especialistas na área da saúde e do medicamento analisam o que correu mal no processo de desconfinamento da pandemia da covid-19 em Portugal. Dizem que é preciso alterar a abordagem e agir já
Não há memória na saúde pública moderna de um confinamento e de um desconfinamento massivo como se tem vindo a assistir no mundo inteiro desde o início do ano. O mundo não estava preparado para o novo coronavírus que apareceu na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, no final de dezembro de 2019.
Seis meses passados, a comunidade científica assegura que ainda muito pouco se sabe sobre ele e que a pandemia continua a acelerar. Os países avançam e recuam nas suas decisões; técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) emitem opiniões contrárias sobre o que deve ser feito e sobre o que aí vem. Mas há países que estão mais preparados do que outros. A Nova Zelândia assumiu uma estratégia que é considerada um exemplo até agora. Portugal também começou por o ser, as medidas adotadas para o confinamento tiveram resultados positivos, mas o mesmo já não se pode dizer do desconfinamento. Falhou a estratégia para o desconfinamento; falhou o aconselhamento científico sistemático mais abrangente para a definição dessa estratégia.
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