O ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, afirmou hoje que o país vai corrigir eventuais excessos ou erros ambientais e pediu ajuda internacional para preservar os seus recursos naturais.
As declarações de Paulo Guedes foram proferidas numa reunião virtual sobre inclusão social da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
“O Brasil sabe da importância do crescimento sustentável do ponto de fiscal e ambiental. O Brasil é um país que alimenta o mundo preservando o meio ambiente. Se há excessos e se há erros, corrigiremos”, disse o ministro, citado pela imprensa local, numa reunião direcionada para a América Latina e para as Caraíbas.
O ministro da Economia manteve o tom adotado pelo Presidente, Jair Bolsonaro, e do restante executivo, de que o Brasil é dos países do mundo que mais preserva o ambiente e os seus povos indígenas.
“Temos a Amazónia, minerais, capacidade de produção agrícola e temos a matriz energética mais limpa do mundo. Ninguém preservou tanto a sua matriz energética ou sua própria riqueza em recursos naturais como o Brasil”, continuou o ministro, acrescentando que o Brasil preserva a sua floresta e trata melhor os povos originários “do que outros países onde houve guerras de extermínio”.
Contudo, de acordo com Guedes, as dimensões continentais do Brasil são um entrave à fiscalização e, por isso, pediu ajuda internacional para a preservação ambiental do país.
“Sabemos que temos de preservar e proteger, e queremos apoio para fazer isso melhor. (…) Não aceitaremos a desflorestação ilegal, a exploração ilegal de recursos. Tudo isso acontece porque o Brasil é um país continental. A Amazónia é maior do que a Europa, é difícil vigiar tudo”, considerou o governante.
O responsável pela tutela da Economia frisou que, apesar do “compromisso com o povo brasileiro”, do “compromisso do Presidente durante a sua campanha presidencial, de ter soberania sobre a região amazónica”, o país quer ajuda, mas não aceitará “falsas narrativas sobre o que aconteceu no Brasil nas últimas décadas”.
Na visão do ministro, “há interesses protecionistas a condenar o Brasil”.
“Precisamos de cooperação e, por isso, queremos inclusive entrar na OCDE. Queremos melhores padrões, queremos cooperação, integração”, acrescentou.
O Governo brasileiro tem em marcha várias tentativas de captação de verbas estrangeiras para investir na proteção ambiental na floresta Amazónia.
Na semana passada, o executivo de Bolsonaro comprometeu-se a reduzir a desflorestação da Amazónia, num encontro com investidores estrangeiros em que procurava captar fundos para a preservação ambiental daquela que é a maior floresta tropical do mundo.
O Governo tenta agora melhorar a sua imagem no exterior em relação à proteção ambiental e de povos indígenas face às críticas e alertas que tem recebido de investidores que estão preocupados com questões como o aumento da desflorestação e os incêndios na região.
O Brasil encerrou o mês de junho com o maior número de focos de queimadas na Amazónia dos últimos 13 anos.
Organizações ambientais têm denunciado o aumento de incêndios florestais durante a estação seca na Amazónia brasileira, que geralmente dura até setembro, após altas taxas de desflorestação atingirem a região no ano passado.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).