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Caso Gui Minhai: Ex-embaixadora sueca em Pequim absolvida

A antiga embaixadora sueca em Pequim Anna Lindstedt, julgada em Estocolmo por ter ultrapassado as suas competências na tentativa de libertar da China o editor sueco-chinês Gui Minhai, foi na sexta-feira absolvida após um julgamento sem precedentes de um diplomata.

Lindstedt foi julgada por ter organizado, em janeiro de 2019, no hotel Sheraton, em Estocolmo, e sem o conhecimento da hierarquia, um encontro entre a filha de Gui Minhai e misteriosos “homens de negócios” que afirmaram ter contactos com as autoridades chinesas.

É a primeira vez na história moderna da Suécia que um embaixador é julgado, num caso que chocou muitos ex-diplomatas e levou Lindstedt a denunciar um processo “kafkiano”.

A diplomata, demitida do cargo que ocupava desde 2016 depois desse caso, não foi considerada culpada nas três condições necessárias para a condenação: ter pretendido, erradamente, representar a Suécia – ela era realmente uma embaixadora -, ter conduzido negociações reais – o que não era realmente o caso, segundo o tribunal – e, finalmente, negociar com representantes reais do poder estrangeiros – os “homens de negócio” não eram oficiais chineses.

Durante o julgamento, Anna Lindstedt negou qualquer responsabilidade.

“Durante os meus 30 anos como diplomata tenho sido firmemente fiel à Suécia e aos valores suecos, inclusivamente neste caso. É irreal, para não dizer kafkiano, ser acusada por crimes contra a segurança do reino”, afirmou.

Gui Minhai, um chinês naturalizado sueco de 56 anos, publicou numa editora de Hong Kong conteúdos críticos sobre líderes chineses.

Condenado uma primeira vez em 2015 na China por um caso de direito comum após desaparecer misteriosamente durante umas férias na Tailândia, o editor foi condenado em fevereiro a 10 anos de prisão por um tribunal de Ningbo, no nordeste chinês, por ter “ilegalmente difundido ao estrangeiro informações classificadas”.

Os que estão à sua volta denunciam perseguições políticas e exigem a libertação do dissidente, que Pequem continua a considerar como cidadão chinês.

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