O secretário-geral da Fretilin, maior partido timorense, apresentou hoje queixa no Ministério Público contra a Comissão Política Nacional do CNRT, segunda força política, por acusações falsas sobre um alegado suborno.
“Apresentei a primeira queixa contra a CNP [Comissão Política Nacional] do CNRT. Vou apresentar outra contra a própria bancada, outra contra quatro cidadãos e outra ainda contra a media oficial” do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), disse à Lusa o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri.
“É a única via para repor a verdade. Com pessoas desonestas, a via política não serve”, considerou Alkatiri.
Em causa estão acusações da Comissão Política Nacional (CPN) do CNRT de que Mari Alkatiri, então primeiro-ministro, teria recebido um suborno da empresa petrolífera ConocoPhillips.
Alkatiri considera que é a mais recente numa “campanha de má fé, incluindo descriminações, vinganças diversas e inveja”.
“Há desespero por parte dos meus adversários. E isso é notório. Atacam enquanto o seu líder [Xanana Gusmão] vai fazendo caridade e esmola”, disse, referindo-se a visitas que o líder do CNRT tem feito nas últimas semanas a vários pontos do país.
Alkatiri insistiu que não está preocupado com as acusações, recordando que está “na luta pelo povo de Timor-Leste há 50 anos”.
“Fui sempre sofrendo vários tipos de ataques, difamações, injúrias, calúnias e insultos, a mim próprio e à minha família”, disse.
“Fui tolerando à espera que as pessoas se educassem, mas pelos vistos eles subiram de tom porque tolerei. Não quero responder da mesma forma. Não sou malcriado, fui educado para não responder á malcriadice com malcriadice. E por isso entendi que a via da justiça é a melhor”, afirmou.
O líder da Fretilin, partido que integra o atual Governo, disse que continua de “consciência tranquila” sobre as suas ações.
“Fui encaixado porque tenho consciência tranquila. Eles estão com medo da minha reentrada para influenciar na governação. Estão com medo porque fizeram asneiras”, disse.