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Seis meses de coronavírus: o pior ainda está para vir

José Miguel Gaspar

Seis meses de pandemia: sem vacina ainda certa, o Mundo poderá ter que conviver com a covid-19 por muito mais tempo do que o esperado.

A realidade é muito dura: “Aquilo que vivemos hoje está muito longe de acabar. Embora muitos países tenham conseguido progressos, globalmente a pandemia está a acelerar. A falta de unidade nacional em muitos países e a falta de solidariedade global estão a ajudar o vírus a espalhar-se”. As palavras preocupadas são de Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), que fecha a previsão assim: “O pior ainda está para vir”.

Esta semana marca os seis meses desde que a China disse ter identificado em Wuhan, cidade de 10 milhões, um novo vírus altamente contagioso, SARS-CoV-2, coronavírus da síndrome respiratória aguda grave. Estávamos aí totalmente inconscientes de que a doença iria aterrorizar, destruir vidas e afundar a economia global na recessão mais grave de quase um século.

O Mundo mudou, talvez para sempre. Um a um, os países fecharam a economia e a sociedade, um número gritante de pessoas perdeu o emprego e muitos enfrentaram depressões e maleitas mentais devido à solidão. As máscaras impuseram-se no quotidiano.

Cada país deu a sua resposta ao vírus. Alguns, como a Coreia do Sul, ativaram bloqueios restritos e testaram massivamente. Outros, como a Suécia, quase não decretaram restrições. Outros ainda, como a Nova Zelândia, eliminaram com sucesso o vírus, por agora, com ação rápida, diretivas consistentes e outras estratégias eficazes como vigiar e seguir círculos de infetados.

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