Agentes verificam condenações ou dívidas, mas não analisam currículos nem antecedentes profissionais. Usam, por exemplo, o google para avaliar candidatos ao governo
O principal órgão brasileiro de inteligência, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), usa banco de dados públicos e pesquisas na internet para levantar antecedentes de candidatos a integrar o governo federal.
A Abin é uma das responsáveis por checar o passado e as referências de indicados a cargos comissionados no primeiro escalão do governo e passou a ser criticada por sua atuação na avaliação do nome de Carlos Alberto Decotelli para o Ministério da Educação.
Decotelli chegou a ser nomeado, mas não foi empossado após serem reveladas falsidades contidas em seu currículo, no qual constava título de doutorado que não fora concluído .
Além da Abin, a Secretaria-Geral da Presidência da República e a Casa Civil devem analisar a vida pregressa dos indicados.
No Twitter, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, se defendeu no episódio Decotelli e, no entanto, negou que a Abin tenha falhado.
“O GSI/Abin examinam, sobre quem vai ocupar cargos no governo, antecedentes criminais, contas irregulares e pendentes, histórico de processos e vedações do controle interno. No caso de ministros, cada um é responsável pelo seu currículo”, afirmou.
A ausência da análise do currículo de Decotelli levou a mais uma crise no governo e colocou a agência em saia-justa. Contudo, procurada, a Abin não respondeu aos questionamentos da Folha.
Pelo artigo 6º da lei nº 13.341 de 2016, caberia ao GSI, ao qual Abin está vinculada, assistir direta e imediatamente ao presidente da República e analisar e acompanhar questões com potencial de risco ao governo.
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