Início Política “Hengqin pertence a Zhuhai e Macau”

“Hengqin pertence a Zhuhai e Macau”

Na recente apresentação do Relatório das Linhas de Ação Governativa (LAG), o chefe do Executivo de Macau, Ho Iat-seng, falou também desse “desenvolvimento de Hengqin para a promoção de uma economia diversificada”. Em resposta aos jornalistas, Ho assumiu que “a esperança” das autoridades é transformar Hengqin numa segunda versão de Macau.

Para Yin Xudong, professor da Escola do Partido Comunista de Zhuhai e que tem estudado as relações entre Macau e Hengqin, as declarações de Ho confirmam que “o chefe do Executivo partilha a mesma ideia do Governo central para a região”.

“A indústria do jogo em Macau está saturada e tem um efeito negativo sobre o crescimento de outras indústrias locais, a que acrescenta a escassez de terrenos. Se o objetivo é diversificar, Hengqin é a única ferramenta que Macau possui. Por isso, no futuro, Hengqin deve integrar-se em Macau de várias formas, não apenas a nível industrial como também cultural e social”, disse Yin numa recente entrevista online.

O próprio presidente, Xi Jinping, referiu que “o principal objetivo da criação do Novo Distrito de Hengqin é diversificar o desenvolvimento das indústrias de Macau”. Ou seja, a região tornou-se numa parte essencial de Macau. Após cinco anos desde o início da construção da Zona de Comércio Livre de Hengqin, o nível de integração entre as duas regiões continua a crescer.

De acordo com a Administração do Novo Distrito, cerca de 2.418 empresas com capital de Macau foram criadas em Hengqin, representando um investimento total de 19.308 milhões de dólares. O número de propriedades em Hengqin compradas por residentes de Macau já ultrapassou também as seis mil.

Na Assembleia Legislativa, Ho Iat-seng disse que um total de 400 mil milhões de patacas de investimento de empresas de Macau em Hengqin aguarda aprovação.

No início deste mês, Hengqin transferiu 190 mil metros quadrados de terreno para o projeto “Novo Bairro de Macau”, salientando a necessidade de acelerar a construção de um novo mecanismo com “partilha comercial, de construção e administração”.

Yin Xudong entende mesmo que, enquanto “zona de cooperação entre Guangdong e Macau”, deve ser mais explorada, “podendo até chegar ao ponto em que Hengqin se torna numa segunda versão de Macau”.

“Naturalmente as bases de Hengqin, como o respetivo regime socialista, não irão mudar. Todavia, muitas outras áreas poderão ser coordenadas com Macau e é nisso que nos devemos focar”, salienta.

O desenvolvimento de Hengqin ao longo dos últimos cinco anos procura melhorar o nível de integração entre as duas regiões e destacar todas as vantagens de uma zona de comércio livre para a exploração deste sistema de “inovação transfronteiriça”.

Com 12 mil metros quadrados de escritórios para cerca de 51 empresas, Hengqin é pioneira na criação de escritórios transfronteiriços de empresas de Macau, ajudando a resolver muitos dos problemas de escassez de espaço na cidade.

Os residentes de Macau que vivem em Hengqin foram os primeiros a participar no programa piloto de Zhuhai para seguro de saúde, cobrindo 394 residentes.

Foram ainda lançadas medidas inovadoras na área da fiscalidade – “impostos de Hong Kong para residentes de Hong Kong e impostos de Macau para residentes de Macau” -, permitindo que cidadãos dessas regiões residentes em Hengqin mantenham uma contribuição tributária igual à dos restantes residentes em Hong Kong e Macau. Prevê-se que estas medidas sejam mais tarde estendidas às nove cidades da Área da Grande Baía.

A administração de Hengqin diz também que vai continuar a desenvolver a cooperação entre as duas regiões, concentrando-se na eficiência de trocas fronteiriças. Yin Xudong concorda, acrescentando que a prioridade é criar uma vida conveniente para os residentes de Macau que moram em Zhuhai ou Hengqin.

“Em primeiro lugar deve ser melhorada a entrada e saída portuária entre Hengqin e Macau. Não só estes residentes, como também alguns profissionais e empreendedores precisam de poder viajar entre as regiões de uma forma mais conveniente. Assim sendo, também não deve ser ignorada a criação de um sistema que permita várias destas viagens”, aponta.

Yin Xudong assinala ainda a questão da livre partilha de informação em Hengqin. “Alguns residentes de Macau, que vivem e trabalham em Hengqin, usam aplicações e recursos online específicos, por isso Hengqin necessita de garantir que estes podem usufruir de uma partilha de informação sem obstáculos”, alerta.

O próprio Secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, declarou, durante o debate setorial das LAG, que a cooperação futura entre as duas regiões não se baseia no modelo atual.

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