Luis Sepúlveda, o primeiro paciente diagnosticado com coronavírus nas Astúrias, morreu nesta quinta-feira. O escritor chileno radicado em Gijón há diversos anos, encontrava-se internado desde 29 de fevereiro no HUCA.
Sepúlveda chegou ao HUCA por conta própria na tarde desse dia. No dia anterior, foi ao Sanatório de Covadonga em Gijón. Naquela altura, a sua condição de saúde não aparentava ser grave. No dia seguinte, voltou e de lá foi transferido para Oviedo com sintomas de pneumonia que acabaram por confirmar-se serem resultado de infeção por SARS-CoV-2.
O escritor tinha acabado de chegar da Póvoa de Varzim, em Portugal, depois de ter sido um dos convidados do Festival Literário Correntes D’Escritas. Consigo viajou a sua mulher, Carmen Yáñez, também escritora, bem como o amigo, Miguel Rojo. Nenhum deles foi infetado com o novo coronavírus. Durante semanas, Carmen Yáñez permaneceu no mesmo hospital que o marido, mas todos os testes realizados deram um resultado negativo. Rojo nunca precisou de hospitalização ou tratamento.
Durante o mês e meio que esteve hospitalizado, Sepúlveda registou diversos episódios de agravamento da sua condição de saúde, embora todos tenham sido controlados. Contudo, apesar de alguns momentos de estabilidade, o escritor não deixou mais os cuidados intensivos e, nos últimos tempos, a sua condição agravou-se mais.
Nesse período, a unidade de cuidados intensivos do HUCA passou de tê-lo como o primeiro e único paciente de Covid-19 para uma situação muito diferente, devido ao avanço do vírus em Espanha. Numerosos pacientes passaram pelas instalações, muitos dos quais superaram a doença e hoje estão na enfermaria ou já tiveram alta.
Diversos escritores portugueses, que estiveram presentes no mesmo festival literário que o chileno, revelaram, na altura, ao Plataforma que desejavam que Luís Sepúlveda recuperasse rapidamente.
Luis Sepúlveda, escritor, jornalista e cineasta nascido na cidade chilena de Ovalle em 1949, morava em Gijón desde 1997. Preso durante o regime de Pinochet, Sepúlveda deixou o seu país em 1977. Depois de morar em vários países do continente americano, mudou-se para Europa, onde morou pela primeira vez em Hamburgo, na Alemanha. Em 1989, o seu romance “O velho que lê histórias de amor” tornou-se um fenómeno literário de grande sucesso.