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Depois do surto: vales eletrónicos

Nesse ano, Taiwan seguiu o conceito japonês de 1999 ao emitir “vales de estímulo local”, distribuindo cerca de 3.600 novos dólares taiwaneses por pessoa.
Dados mostram que a contribuição destes vales para o Produto Interno Bruto (PIB) local variou entre os 0,28 por cento e os 0,43 por cento, muito inferior aos esperados 0,66 por cento quando a política foi lançada. Por outro lado, a Tailândia distribuiu 2.000 bahts em subsídios por cidadãos com baixos rendimentos durante aquela crise financeira, representando um investimento de 18,9 mil milhões que resultou num crescimento económico de 0,24 por cento.
Embora o efeito não seja o ideal, estes vales como forma de incentivar o consumo para revitalizar a economia são tema de discussão para vários economistas. Robert Mundell, vencedor do prémio Nobel da Economia, propôs no ano de 2009, na revista Business Week, que o Governo norte-americano distribuísse 0,5 biliões de dólares em vales de consumo para impulsionar a economia.
Um estudo publicado pela Chinese Business Review (Su, 2010) também elogiou o Governo de Taiwan por emitir esses vales, salientando as medidas administrativas rigorosas de gestão de mercado, permitindo que a decisão dos vales de consumo tivesse resultados mais satisfatórios. No entanto, David Pilling, editor do Financial Times Asia, não concorda.
Pilling salienta que a maioria dos países asiáticos e os cidadãos, que há muito veem os hábitos de poupança como algo positivo e benéfico, poderão ter dificuldades em gastar dinheiro em tempo de crise. Por outras palavras, vários asiáticos, mesmo que tenham possibilidade de gastar dinheiro, preferem poupar durante uma crise. O mesmo salienta que medidas de assistência social em países asiáticos não são adequadas, obrigando a que sejam feitas decisões a longo prazo para as respetivas famílias. Com base nesta política e considerações culturais, Pilling acredita que a distribuição de vales de consumo pode não conseguir levar a que os consumidores consumam mais e impulsionem a economia. Embora este exemplo não seja igual ao da atual epidemia, existem algumas semelhanças.
O Governo de Macau combinou medidas de curto, médio e longo prazo para restaurar gradualmente a confiança no mercado e os vales de consumo podem conseguir obter resultados positivos rapidamente, transformando a crise numa oportunidade (ver última). De acordo com um estudo organizado pela Macau Youth Summit (MYS), sobre a assistência governamental e o “Plano de subsídio de consumo”, 92,8 por cento da população está satisfeita com as medidas de combate à epidemia. No entanto, 59,4 por cento dos inquiridos mostraram-se pessimistas em relação às atuais e futuras oportunidades de emprego. O objetivo do estudo é compreender como os jovens de Macau irão usar estes cartões de consumo e os respetivos comentários e sugestões para algumas medidas lançadas.
Foram retiradas três sugestões com base nos resultados:
1- Continuar a monitorizar o desenvolvimento da Covid-19 em Macau e analisar as datas e limites da aplicação do atual plano de assistência para evitar consumo desnecessário e riscos para a saúde pública em grandes aglomerações de pessoas.
2- Além do uso de cartões eletrónicos de consumo, encorajar o desenvolvimento de métodos de pagamento ecológicos e digitais no futuro, para um desenvolvimento mais sustentável da comunidade.
3- Numa era de grandes bases de dados pessoais, é necessário prestar ainda mais atenção à informação coletiva gerada pelo uso de vales como estes por toda a população, garantindo que são um método seguro e protegido.
A MYS irá apresentar um relatório a departamentos governamentais relevantes, partilhando a satisfação da juventude em relação ao uso, natureza e escolha destes cartões de consumo eletrónico, tal como em relação ao futuro da economia de Macau

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