O futuro da Cabo Verde Airlines (CVA) é incerto, podendo a companhia vir a encerrar devido aos efeitos económico-financeiros da pandemia de Covid-19, disse quarta-feira na Praia o ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos.
O ministro, que falava em entrevista à Rádio Cabo Verde, explicou que os transportes aéreos são os sectores mais atingidos pela pandemia do novo vírus corona, de forma indirecta, criando dificuldades para todas as companhias a nível mundial, que tiveram as suas actividades suspensas, devido ao encerramento das fronteiras em todo o mundo.
“Só para o terceiro trimestre de 2020 a IATA prevê que haverá um prejuízo de 39 mil milhões de euros para todas as companhias do mundo e a CVA não irá ficar de fora desse quadro, precisamente porque é uma companhia que estava num processo de descolagem”, disse.
As contas aos prejuízos ainda não foram feitas, mas Carlos Santos salienta que só o facto dos aviões de CVA, que são alugados, estarem quase trinta dias sem voos, já se pode ver que a situação é complicada.
O futuro ainda é incerto, até porque, salientou, a crise está no início e não se sabe até quando a pandemia vai demorar, disse o ministro, para acrescentar que as previsões não são encorajadoras.
O ministro recordou, no entanto, a existência de instrumentos financeiros que o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento estão a montar, com soluções que podem ser destinadas ao sector aéreo.
O governo do arquipélago vendeu em Março de 2019 uma participação estatal de 51% da então empresa pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses.