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Estado de guerra

Michel de Nôtre Dame, profeta mítico da desgraça, previu a Terceira Guerra Mundial, em 2018, com origem no Médio Oriente. Alvin Toffler, visionário da Terceira Vaga, lá percebeu que afinal íamos na quinta, sexta… ou mais à frente. Donald Trump, Mefistófeles da “guerra comercial”, suspendeu-a para negociar, mas foi ultrapassado pela vertigem da História. A detenção de Meng Wanzhou, CFO e filha do fundador da Huawei, dispara a sirene de quem tem os códigos de as ouvir: a guerra começou. Não analógica; quiçá sem bombas; mas brutal e decisiva para o império digital – e já tem mortos e feridos.

O repórter da BBC que este ano relatou que em sete minutos as autoridades chinesas descobrem quem quer que seja, por reconhecimento facial, mostrou o incrível Império do Meio tecnológico. Calma e discretamente, a Huawei assinava na Europa parcerias que destronam a supremacia americana na física quântica e na inteligência artificial. Mas soou o alarme nos cinco serviços secretos anglo-saxónicos: EUA, Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia vedaram liminarmente o acesso da marca de bandeira chinesa ao 5G, banda larga ilimitada que revoluciona o acesso – e controlo – ao novo combustível da modernidade: tráfego de dados e internet of things

Meng Wanzhou está a anos-luz de ser uma mera financeira. Acabou de selar acordos na Holanda com o maior conglomerado judaico de nanotecnologia; em plena reunião do G20, na Argentina, ia jantar com Zhang Shoucheng, candidato a Nobel da Física e guru da revolução em curso na indústria dos nano condutores. Meng partia para esse encontro quando é detida no Canadá, alegadamente por ter violado o embargo norte-americano ao Irão. Nesse mesmo dia 1 de dezembro, Zhang aparece morto nos Estados Unidos. Suicídio, na versão oficial; suicidado, para os mais desconfiados.

Ah… Falta a conexão do Médio Oriente, onde desde a era Bush a tecnologia militar e a inteligência artificial norte-americanas trasfegam nas mãos de árabes e judeus para o Extremo Oriente. Se esta não é a visão de Nostradamus, é aquela que hoje se vê. 

Paulo Rego* 14.12.2018

* Administrador, Plataforma Macau|Global Media

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