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Encontro com Xi durante a Cimeira do G20

líder chinês Xi Jinping e o presidente americano Donald Trump têm um encontro marcado durante a Cimeira do G20 em Buenos Aires, Argentina. No contexto da atual guerra comercial entre os dois países, toda a comunidade internacional está focada nesta reunião, esperando que os dois lados cheguem a um acordo para pôr fim a este conflito.

A posição chinesa sobre a resolução desta guerra comercial é muito clara. A americana, por outro lado, não. Os EUA, além de exercerem pressão constante sobre a China a nível comercial, têm também procurado criar conflitos em outras áreas após o início desta guerra, mas a sua estratégia base não tem sofrido grandes mudanças. Ela inclui, por exemplo, exercer pressão sobre o adversário antes de alguma discussão ou reunião entre os dois lados, de forma a que sejam obtidos maiores benefícios durante as negociações. Por isso, devido à importância deste encontro, a comunidade internacional irá segui-lo mais atentamente do que a Cimeira do G20. Todavia, desta vez quem fez pressão sobre a China em preparação para esta reunião foi o vice-presidente americano, Mike Pence. No passado dia 13 de novembro, o mesmo partilhou com o Washington Post que os EUA estavam dispostos a chegar a um acordo com a China durante a Cimeira do G20, salientando, no entanto, que o lado chinês terá de fazer grandes alterações nas suas atividades económicas, militares e políticas, algumas concessões em assuntos relevantes ao lado americano, e respeitar as normas e regras internacionais. 

Com a última parte da sua declaração, Pence assumiu uma posição mais severa do que Donald Trump nas suas declarações seguintes. Ainda assim, o vice-presidente americano apenas voltou a transmitir as mesmas táticas de negociação já conhecidas pela China. Por isso, em resposta, Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, expressou a sua confusão. Uma vez que várias vozes do lado americano têm expressado ideias diferentes, não existe forma de saber se Pense fala em lugar de todo o governo americano, ou se está apenas a expressar a sua opinião. A porta-voz continuou: “As relações sino-americanas estão a atravessar um momento extremamente importante. Ambos os lados necessitam de tomar decisões e fazer esforços para garantir um desenvolvimento saudável dos laços entre os dois países. Só assim se irá ao encontro dos interesses das duas populações e do resto do mundo, satisfazendo também a esperança da comunidade internacional.” Hua acrescentou: “A China respeita a soberania, segurança e interesse de desenvolvimento dos Estados Unidos. Da mesma forma, os EUA devem também respeitar a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento chineses, assim como os seus ideias nacionais que definem o caminho a seguir. Tal como o líder chinês mencionou durante o seu discurso na cerimónia de abertura da Exposição Internacional de Importações da China (CIIE) este mês, mesmo após 5 mil anos de dificuldades e contratempos o país continua a resistir, e irá continuar a marcar a sua presença olhando para o futuro. A posição do país em relação aos problemas económicos e comerciais é clara e concreta, acreditando que uma cooperação económica e comercial entre os dois países é mutuamente benéfica. Negociações e encontros com base no respeito e benefícios mútuos são a única forma de resolver os atuais problemas.” A porta-voz chinesa salientou também: “No que diz respeito a este assunto, a China não deve nem teme ninguém.” A própria afirmou ainda que ambos os líderes falaram recentemente por telefone, e, durante a conversa, ambos expressaram vontade para um desenvolvimento saudável da sua relação e uma expansão da cooperação económica e comercial sino-americana. É esperado que após este consenso seja definido um plano de cooperação, através de negociações sérias e sinceras com base na igualdade, respeito e benefício mútuos. É desejado também que seja encontrada uma solução aceite por ambos, que garanta o desenvolvimento da relação entre os dois países e a expansão da cooperação económica e comercial. Em relação ao cumprimento de normas internacionais pela China, a porta-voz afirmou que o país tem sido um aluno exemplar. Esta guerra comercial não foi iniciada pela China, e embora o país esteja disposto a fazer algumas concessões para resolver os atuais conflitos, está em causa o direito de um país ao desenvolvimento, e por isso os EUA não conseguirão levar a sua avante, facilmente. Talvez esta guerra veja um fim com este próximo encontro.  

David Chan 30.11.2018

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