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Academia de Ciências Sociais da China estuda Fórum

A Academia de Ciências Sociais da China (CASS na sigla inglesa) é a entidade escolhida para realizar uma avaliação externa ao Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), apurou o PLATAFORMA. Ao longo dos próximos meses, a CASS vai levar a cabo um estudo que visa fazer uma retrospetiva sobre o que foram os primeiros 15 anos do Fórum que agora se assinalam. 

O Secretário-geral Adjunto do Fórum designado pelos Países de Língua Portuguesa, Rodrigo Brum, explicou na semana passada em entrevista ao PLATAFORMA que o estudo – cuja autoria não foi referida – seria “um trabalho de grande envergadura”, com a finalidade de “fazer o abalanço dos 15 anos do Fórum de Macau e ajudar a determinar os caminhos futuros a desenvolver”. 

A Academia de Ciências Sociais da China é o principal think tank e instituto de investigação do Governo Central, encontrando-se sob a alçada do Conselho de Estado.   

Em busca de uma “nova vitalidade”

A comemoração do 15o aniversário do Fórum de Macau arrancou na quarta-feira, dia 21 de Março, com um seminário em que participaram atuais e antigos secretários-gerais e secretários-gerais adjuntos, juntamente com embaixadores, representantes diplomáticos e de governos de Macau, China e Países de Língua Portuguesa. Marcaram também presença antigos vice-ministros do Comércio da China. Ao longo do dia foi feito um diagnóstico dos resultados alcançados e dos obstáculos que persistem. A Secretária-geral, Xu Yingzhen, afirmou na cerimónia de abertura do evento que é importante “injetar uma nova vitalidade” no Fórum Macau para “ter sucesso na nova era”. Do lado do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, prometeu “empenhar-se na construção da Plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa, a fim de obter resultados ainda mais notáveis e aproveitar o seu maior expoente, as medidas de apoio do Governo Central concedidas à RAEM”.

 A “determinação” do Brasil 

Uma das presenças notadas neste evento foi a do embaixador do Brasil em Pequim, Marcos Caramuru de Paiva. Em declarações ao PLATAFORMA, o representante máximo da diplomacia brasileira na República Popular da China sublinhou que a delegação que o Brasil enviou a este evento – e que incluiu o próprio embaixador e o Cônsul Geral em Hong Kong – “é uma demonstração” que realça o reforço da abordagem brasileira ao Fórum. Prova disso é a decisão das autoridades brasileiras de passarem a ter, brevemente, como seu delegado no Fórum um diplomata no Consulado Geral em Hong Kong que deverá vir a Macau com bastante regularidade para acompanhar de perto os trabalhos do Fórum, ao invés do que tem sucedido até agora, com uma presença menos regular de um funcionário da Embaixada do Brasil em Pequim.

Marcos Caramuru de Paiva considerou que, nesta fase, ainda não se justifica ter um representante permanente residente em Macau, contrariamente à prática dos restantes países lusófonos. “Não acreditamos que neste momento seja necessário ter alguém baseado apenas em Macau, uma vez que ter alguém em Hong Kong, que acompanha de perto os trabalhos do Fórum, é adequado”, justificou, ao mesmo tempo que rejeitava a ideia de que o Brasil tem estado pouco presente neste processo. 

No futuro, o embaixador disse olhar para Fórum como um “indutor, que empurra e acompanha as decisões empresariais”. Por outro lado, assinalou Paiva, “há que ir além da dimensão económica e comercial, dando robustez a uma maior aposta no desenvolvimento de desenvolvimento de ações em áreas como o turismo e a língua”. 

José Carlos Matias  23.03.2018

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