Início Sociedade Novos horizontes na 17ª edição do Festival de Gastronomia de Macau

Novos horizontes na 17ª edição do Festival de Gastronomia de Macau

A 17ª edição do Festival de Gastronomia de Macau tem início no dia 10 de novembro, organizada pela União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, com a colaboração da Associação de Operários Iam Sek Ip Kong Vui de Macau, da Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau, da Associação de Cozinha de Macau e da Associação de Empregados de Restaurantes e Padarias de Macau.

O evento tem também o apoio da Direção dos Serviços de Turismo, da Fundação Macau, do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e da Direção dos Serviços de Proteção Ambiental, e realiza-se na Praça do Lago Sai Van por 17 dias consecutivos. A organização decidiu enquadrar o evento na candidatura de Macau à rede de Cidades Criativas da Unesco  (grupo que passou oficialmente a integrar desde a passada quarta-feira, 1 de novembro) afirmando Macau como “Capital Mundial da Gastronomia”, e espera poder criar plataformas comerciais de nível internacional para as pequenas, médias e microempresas de restauração locais, dando-as a conhecer aos turistas e empresas de todo o mundo.

Esta edição tem como tema “Descobrir novos horizontes gastronómicos”, combinando elementos de “navegação gastronómica” que transportarão as papilas gustativas dos residentes e turistas numa viagem de sabores. Começando na gastronomia tradicional de Macau, serão também apresentados sabores de todas as regiões da China e do mundo. No evento, diversas secções irão mostrar a diversidade da cultura culinária de Macau, como a “Rua dos Restaurantes Chineses”, a “Rua da Gastronomia Asiática”, a “Rua da Gastronomia Europeia”, a “Rua dos Sabores Locais” e a “Rua dos Doces”. Mais de uma centena de empresários do setor irão estar representados nestas secções. Como já é habitual, a organização convidou 26 das mais conhecidas empresas do setor alimentar e de bebidas do Japão, criando uma “Vila Japonesa” que dará a conhecer aos residentes e turistas os sabores nipónicos sem terem de se deslocar ao país. Ao lado da “Vila Japonesa” haverá várias tendas com jogos e diversos prémios para fazer da experiência um momento inesquecível. 

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Data: 10 a 26 de novembro

Horário: De 2ª a 5ª das 17:00 às 23:00

De 6ª a Domingo das 15:00 às 24:00

Local: Praça do Lago Sai Van

Como nasceu o Festival de Gastronomia de Macau?

A primeira edição do festival ocorreu há 17 anos, sendo na altura a gastronomia e a cultura local as atrações principais, aliadas a tendas com jogos e outros espetáculos, e sendo este acarinhado pelos residentes. Viajando até hoje, o festival que só disponibilizava gastronomia local evoluiu hoje para um evento com a participação de tradições culinárias de vários países, sendo já um evento com reputação internacional.

O festival de 2001 foi organizado em frente ao antigo Macau Palace (atual Ponte 16) e teve uma dimensão reduzida, participando apenas os membros locais do setor. Ainda assim, o festival realizou-se de forma carnavalesca, juntando espetáculos de dança e performances, e criando um ambiente animado que atraiu a população depois do final do trabalho ou das aulas. Devido à participação entusiástica na primeira edição, a partir da 2ª edição o festival foi transferido para a Praça do Lago Sai Van. Nestas novas instalações, o festival pôde proporcionar mais espaço às entidades comerciais e uma experiência mais rica aos turistas e residentes, tendo-se por isso mantido posteriormente neste local.

Coincidindo com a 50ª edição do evento anual de desporto automóvel Grande Prémio de Macau, o terceiro festival de Gastronomia de Macau foi inserido neste evento, e desta forma os fãs de automobilismo puderam desfrutar de um evento de classe mundial e provar gastronomia de várias culturas. Foram introduzidos pela primeira vez elementos gastronómicos internacionais, estando as áreas de alimentação divididas em três secções: Rua de Macau, Rua de Gastronomia Chinesa, e Rua Portuguesa. Desde então, o Festival da Gastronomia de Macau tornou-se numa das atividades no âmbito do Grande Prémio de Macau, e por isso a sua data varia de acordo com o calendário deste evento.

Para trazer sempre novidades aos residentes e turistas em Macau, a organização tenta todos os anos diversificar a oferta. Em 2006, em resposta ao Ano do Património Mundial de Macau, foi realizado o “Espetáculo de Lanternas de Gelo”, contando com a presença de um conhecido escultor de gelo de Harbin que reproduziu os pontos turísticos de Macau em gelo, incluindo as Ruínas de São Paulo e o Templo de A-Má. Juntou-se assim o património histórico à gastronomia.

Quando o festival passou a realizar-se na época do outono, devido ao clima agradável da estação que substitui o calor húmido, foi decidido juntar as artes à gastronomia. A partir da 11ª edição, o Japão passou a participar no festival, e foi criada uma “Vila Japonesa”, que une a gastronomia à arte e dá a conhecer as tradições nipónicas.

Sabendo que a cozinha japonesa é muito apreciada pelos turistas e residentes, a organização manteve a “Vila Japonesa”, e na 14ª edição convidou 25 famosos estabelecimentos de Kansai, incluindo de Osaka, Hyogo, Quioto e Wakayama, permitindo ao público que experimentasse os sabores desta parte do país.

Nesta edição, o Japão marcará mais uma vez presença. Mas qual será a região representada? Será todo o país? É esperar para ver (ou provar). 

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Macau, cidade de gastronomia diversa

O facto de podermos em Macau experimentar sabores de todos os cantos do mundo está intimamente relacionado com o passado histórico da região.

No século XV, Macau abriu-se ao comércio e tornou-se no maior porto comercial da região, ligando a Ásia, a Europa e a América. Na altura, países e regiões da Ásia como o Japão e as Filipinas tinham Macau como entreposto, ligando-se assim ao resto do mundo. Entre os séculos XVI e XVII, os barcos portugueses de mercadorias passavam pela África, Índia e Malaca antes de chegar a Macau, tendo na região o seu ponto central. A expansão tinha em vista as relações comerciais com países longínquos como a índia, Filipinas, Japão. Ao mesmo tempo, Macau era também a abertura comercial da China para o resto do mundo. Nesta época, Macau foi influenciado pela gastronomia de vários países, tanto em termos de formas de cozinhar como em termos de ingredientes, e nada reflete melhor este fenómeno do que a culinária macaense.

Naquele tempo, os comerciantes portugueses faziam uma viagem de três meses até chegarem a Macau, e por isso sentiam imensa falta dos pratos da sua terra-natal. Por isso, usando os ingredientes disponíveis em Macau e juntando os condimentos trazidos nas embarcações, eram cozinhados pratos de uma união sino-macaense. Para além disso, os portugueses criaram raízes em Macau, o que fez com que um pouco da sua gastronomia fosse introduzida neste local, o que depois de séculos de evolução gerou a atual cozinha tradicional macaense. Existem famosos pratos macaenses como o minchi, que une sabores do norte da Europa e da Índia, como o bacalhau macaense com condimentos asiáticos, e o doce de coco unindo sabores de Goa com o leite de coco do sudeste asiático –  tudo pratos ricos em cultura macaense e história portuguesa.

Para além destes exemplos, todos os países que tinham Macau como porto de passagem deixaram sua marca culinária inextinguível. Os habitantes de Macau, habituados a esta mistura sino-ocidental, possuem uma tolerância elevada ao choque cultural entre regiões diferentes, podendo, assim, as gastronomias estrangeiras crescer e popularizar-se, e por isso não é difícil nos dias de hoje encontrar pelas ruas todo o tipo de vestígios culinários de outros países, como das cozinhas japonesa, tailandesa, europeia ou americana. Embora pequena, Macau é uma cidade grande em termos gastronómicos, o que constitui também um ponto de atração para os turistas que a visitam todos os anos.

Nos últimos anos, a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau tem vindo a divulgar em Macau todo o tipo de culturas culinárias, dando a conhecer aos cidadãos e turistas os diversos sabores de Macau através do Festival de Gastronomia de Macau. 

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“Vila Japonesa”

A organização do festival, além da promover a gastronomia local, criou também uma zona de promoção da gastronomia internacional para que, enquanto desfrutam da gastronomia local, os habitantes e turistas possam também experimentar iguarias vindas de outros países, proporcionando-se assim uma experiência inigualável.

A organização conta por isso com a participação de 26 famosos estabelecimentos de gastronomia japonesa, que formam a “vila japonesa”. Vários chefes de renome trazem a Macau pratos onde se mantêm os sabores de receitas originais, podendo assim habitantes e turistas desfrutar da cultura e gastronomia características do Japão, e ainda assistir a performances tradicionais japonesas.

Horário do Serviço:

2ª a 5ª das 17h às 23h30

6ª a Domingo das 15h às 00h30

Espetáculos

Além das explosões e misturas de sabores que se podem sentir um pouco por todas as “ruas” do festival gastronómico, a organização esforçou-se por elevar ainda mais a qualidade do festival ao programar um conjunto de espetáculos no palco do evento. Para tal, os promotores não pouparam esforços e vão trazer como convidado especial para a cerimónia de abertura do festival o cantor japonês Pikotaro, que deu voz ao grande sucesso “PPAP”.

Oriundo do Japão, Pikotaro é um cantor-compositor que através do Youtube se tornou num sucesso mundial online com a canção “PPAP”. Com esta popularidade, a música entrou inclusivamente para o Top 100 da Billboard americana. Além da atuação da ‘estrela’ Pikotaro, a organização preparou outras espetáculos, incluindo atuações de minorias étnicas, danças e canções clássicas, espetáculos de magia e artes marciais. Haverá ainda ao longo de todo o festival um concurso de cervejas. Além dos convidados especiais, a organização anunciou uma performance coletiva, para a qual foram convidados artistas de várias áreas para animar o festival.

“Quick Pass” no Festival da Gastronomia

Em edições anteriores eram fornecidos ao público do festival cupões para consumo, mas devido às mudanças nos hábitos de consumo este ano, pela primeira vez, será introduzido um método de pagamento eletrónico, proporcionando a habitantes e turistas uma forma mais cómoda de pagamento. A organização do festival, juntamente com o Banco da China de Macau, tentou nesta edição diminuir o uso de numerário com a utilização do ‘quick pass’ e do pagamento com código QR. Nesta edição, todos os estabelecimentos participantes irão contar com o sistema necessário para estas formas de pagamento, e o público poderá usar cartões bancários com tecnologia ‘quick pass’, carteira eletrónica do Banco da China ou carteira eletrónica Union Pay. No local pode utilizar-se o ‘quick pass’ até um montante máximo de 300 patacas por carregamento. Os visitantes da China continental poderão utilizar o pagamento por código QR, fotografando o código disponível em cada local.

A organização do evento irá disponibilizar serviços de transporte grátis a partir de vários locais: edifício do Banco Luso; agência do banco OCBC Wing Hang na Areia Preta; Parque Central da Taipa; e Praça das Portas do Cerco (à esquerda dos serviços de imigração).

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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