Ultrapassam as empresas estatais, fornecendo 65,3% do investimento externo em crescimento do país.
As empresas privadas chinesas assumiram pela primeira vez a liderança anteriormente detida pelas empresas públicas no crescente investimento externo do país, afirmou um relatório do governo no dia 22.
As empresas privadas lideram tanto em termos de valor investido como no número de fusões e aquisições no estrangeiro, referiram as autoridades.
A mudança ocorreu depois do investimento direto no exterior ter ultrapassado no ano passado o investimento estrangeiro direto, também um fenómeno novo.
As empresas privadas representam 65,3 por cento do total do investimento direto no exterior, que equivaleu a 145,7 mil milhões de dólares no final do ano passado, de acordo com o Boletim Estatístico de 2015 do Investimento Direto no Exterior da China.
Entretanto, o investimento direto no exterior aumentou mais de 18 por cento no ano passado, ultrapassando os 135,6 mil milhões de dólares do investimento estrangeiro direto, segundo o relatório emitido conjuntamente pelo Ministério do Comércio, o Departamento Nacional de Estatística e a Administração Estatal de Câmbio.
“As empresas privadas tornaram-se verdadeiramente numa força importante para conduzir o crescimento do investimento no exterior”, referiu Zhang Xiangchen, representante adjunto do comércio internacional no Ministério do Comércio, durante uma conferência de imprensa. Os negócios privados representam 75,6 por cento do valor total de aquisições no estrangeiro, acrescentou Zhang.
Por detrás desta mudança estão enormes empresas privadas num frenesim de aquisições para modernizar a sua tecnologia ou diversificar os seus negócios.
O conglomerado chinês de aviação e transporte HNA Group, um comprador frequente, adquiriu no ano passado ativos externos no valor de pelo menos 17 mil milhões de dólares.
Este ano, a empresa privada fez avançar as suas ambições de expansão global com aquisições adicionais que incluem uma participação de 13 por cento na companhia aérea Virgin Australia Holdings, com um investimento de 114 milhões de dólares.
Embora as empresas públicas possuam ainda uma vantagem competitiva em relação às suas homólogas privadas em indústrias altamente reguladas como a eletricidade, energia e mineração, isso não diminuiu o entusiasmo das empresas privadas pelo crescimento no estrangeiro.
Wang Huiyao, diretor do Centro para a China e Globalização em Pequim, disse que as empresas privadas tendem a ser flexíveis e a ser capazes de responder rapidamente ao ambiente em mudança no exterior.
“O setor privado contribui mais para o investimento direto no exterior porque o próprio setor está a crescer e a aumentar. Enquanto isso, a campanha nacional anticorrupção abrandou o processo de globalização do setor público, já que essas empresas têm de ajustar as suas estratégias devido à introdução de novos líderes e executivos”, referiu.
À medida que as empresas chinesas vão investindo mais no estrangeiro, o governo está a tomar medidas para garantir a segurança dos ativos e do número cada vez maior de chineses a trabalhar no estrangeiro, o qual já atingiu um milhão, afirmou Zhang do Ministério do Comércio.
“Estamos a produzir guias ao investimento estrangeiro e relatórios de avaliação de risco todos os anos para ajudar o investimento chinês a proteger-se dos riscos”, referiu. “Estamos também a incentivar os investidores chineses a reforçar as suas capacidades de gestão de risco e a adquirir seguros em caso de perdas ou danos”, afirmou.
LYU CHANG