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LUSOFONIA COM A MAIOR PRESENÇA DE SEMPRE NA MIF

 

São mais de 200 as empresas lusófonas que participam na Feira Internacional de Macau, um número recorde justificado pela organização com o projeto de criação no território de três centros para a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.

 

A 19.ª Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa), que arrancou ontem no centro de convenções e exposições do Venetian e vai prolongar-se até domingo, conta este ano, além do pavilhão dos países de língua portuguesa, com uma zona de exposição de empresas lusófonas.

A administradora do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e coordenadora da comissão organizadora da MIF, Irene Lau, indicou ao Plataforma Macau que participam no certame cerca de 260 empresários lusófonos e 214 empresas de países de língua portuguesa. “É um recorde este ano. Esperamos, assim, reforçar os laços entre a China e os países de língua portuguesa e para o ano queremos que ainda mais empresas lusófonas participem”, salientou.

Portugal trouxe a delegação mais numerosa, com 138 empresas, seguindo-se Moçambique com 36, Angola com 15, Brasil com 12, Guiné-Bissau com sete, Cabo Verde com três e Timor-Leste com outras três.

A forte presença lusófona este ano na feira e o facto de o setor agroalimentar e dos serviços dominarem a área de exposição dos países de língua portuguesa estão relacionados com o objetivo de Macau de “usar a MIF como plataforma para angariar potenciais expositores e empresas” para os futuros centros de cooperação entre a China e a lusofonia que serão criados no território, sustentou a diretora executiva do IPIM, Echo Chan.

Em declarações ao Plataforma Macau, a mesma responsável salientou que este ano pretende-se aproveitar o certame “para promover mais Macau como plataforma económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa”.

No ano passado, durante a conferência ministerial do Fórum Macau, foi anunciada a criação no território de um centro de serviços comerciais para as pequenas e médias empresas dos países lusófonos, um centro de distribuição de produtos alimentares dos países de língua portuguesa e um centro de convenções e exposições para a cooperação económica e comercial entre a China e a lusofonia, que contam com o apoio do Governo central.

“O IPIM está a acompanhar este projeto e, portanto, pretendemos utilizar a MIF como plataforma para angariar potenciais expositores e empresários, nomeadamente para o centro de distribuição de produtos alimentares”, afirmou Echo Chan, sublinhando que a feira sofreu, assim, alterações em termos estratégicos, estando este ano “mais concentrada no setor agroalimentar dos países de língua portuguesa”.

Neste contexto, acrescentou, “aumentou muito o número de participantes neste setor, mas estarão também representados na feira outros, nomeadamente o de serviços”.

A zona dedicada às empresas lusófonas na MIF tem 1500 metros quadrados e um pavilhão de produtos alimentares gourmet e vinhos.

Ainda no âmbito da cooperação China-países de língua portuguesa vão ser realizadas, durante o certame, uma mesa redonda sobre projetos de cooperação entre Pequim, Macau e lusofonia, uma cimeira de desenvolvimento comercial e industrial de Jiangsu, Macau e países de língua portuguesa e uma sessão de intercâmbio económico e comercial entre Fujian, Macau e países lusófonos.

Entre as 740 bolsas de contacto agendadas, pelo menos 211 envolvem empresas da China e da lusofonia.

 

COOPERAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO

Além de uma aposta forte no estreitamento das relações entre a China e os países de língua portuguesa, a Feira Internacional de Macau pretende servir de plataforma para empresários locais explorarem oportunidades na província vizinha de Guangdong.

É com base no Acordo-Quadro de Cooperação com Guangdong que a MIF conta com zonas dedicadas à ilha da Montanha e a Cuiheng para apresentação do seu ambiente de investimento para que empresas locais possam “aprofundar o conhecimento” sobre essas novas áreas-piloto da província vizinha e procurar mais oportunidades de cooperação.

No âmbito da diversificação económica, outra das grandes estratégias do Governo de Macau, a MIF apresenta uma zona dedicada às indústrias culturais e criativas com empresas de Macau, do interior da China, da Europa, Estados Unidos e do sudeste asiático.

O pavilhão da Criatividade de Macau, da responsabilidade do Instituto Cultural, é dedicado à música original local e na MIF estão ainda representadas a Feira Internacional de indústrias culturais da China em Shenzhen e a Feira de Indústrias Culturais e Criativas de Hangzhou, esta última pela primeira vez.

Shenzhen traz também ao certame uma delegação de empresas de manufatura e comércio de produtos eletrónicos.

Dado o desenvolvimento da hotelaria e da indústria de convenções e exposições em Macau, que tem aumentado a procura no mercado local por arranjos florais e paisagísticos, a MIF apresenta este ano uma zona dedicada à indústria floral, bem como uma área de exposição de medicina tradicional chinesa para a exploração e globalização de oportunidades de negócio nesta área.

 

ORÇAMENTO MAIOR

A MIF, que se afirma como “plataforma para o intercâmbio e a cooperação económica e comercial entre Macau e diversos países e regiões do mundo” e tem nesta edição como principal meta “incentivar a cooperação com empresas dos países de língua portuguesa”, conta com um orçamento de 36 milhões de patacas, mais 4% do que no ano passado.

Organizado pelo IPIM, este evento é o primeiro de Macau acreditado pela Associação Global da Indústria de Exposições (UFI, na sigla inglesa).

Nos 30 mil metros quadrados que a feira ocupa no Venetian promovem-se mais de 1900 expositores de 50 países e territórios, entre os quais o Peru e a Indonésia, que participam pela primeira vez. De Macau participam 142 empresas e da China 69 cidades de 32 províncias.

Cerca de 3000 projetos de todo o mundo vão ser discutidos até domingo em bolsas de contacto, incluindo cerca de 1360 referentes a cooperação em investimentos.

Durante a MIF realiza-se a 11.ª edição da Cimeira Mundial dos Empresários Chineses, em que participam mais de 1000 empresários chineses de todo o mundo, e o Dia Internacional das Oportunidades de Negócio para as Pequenas e Médias Empresas, que vai oferecer serviços de consultoria a empresas interessadas em explorar os mercados de Guangdong, Macau, países lusófonos e Taiwan.

 

Patrícia Neves

 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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