Início Moçambique Nampula abre centro de trânsito para deslocados de Cabo Delgado

Nampula abre centro de trânsito para deslocados de Cabo Delgado

Marco Carvalho

O governo da província de Nampula, no norte de Moçambique, está a preparar um local com o propósito de aí abrir um centro de trânsito para abrigar os deslocados que fogem dos ataques terroristas na vizinha província de Cabo Delgado.


O Secretário de Estado da província de Nampula, Mety Gondola, anunciou estes planos na quarta-feira, no final de uma reunião do Centro provincial de Operações de Emergência, noticiou a Agência de Informações de Moçambique. O governante não explicitou o local exacto onde as novas instalações vão ficar situadas, nem quando o novo centro vai abrir as portas. Durante a reunião, Gondola disse apenas que o governo e os seus parceiros estão no terreno a inspecionar as condições para a abertura das valências.

Durante o encontro do Centro provincial de Operações de Emergência, Gondola defendeu a abertura das novas instalações como uma medida incontornável para a manutenção da segurança na província e como um primeiro passo para permitir a fixação das populações que fogem à violência em Cabo Delgado: “O número de deslocados está a aumentar”, afirmou o governante. “Estamos preocupados, mas também estamos confortáveis com o trabalho que está a ser realizado pelas equipas técnicas e pelos nossos parceiros. Além da assistência humanitária prestada, fomos informados sobre os progressos na preparação do futuro centro de trânsito”, complementou o Secretário de Estado da província de Nampula.
Mety Gondola acredita que pelo menos alguns dos refugiados deverão permanecerão em Nampula por um período de tempo relativamente longo. O responsável político adiantou ainda que as autoridades de Nampula estão a preparar espaços para a fixação definitiva das pessoas que fogem de Cabo Delgado. Gondola explicou que estão a ser parceladas terras nas quais as famílias deslocadas podem construir casas. As autoridades de Nampula também identificaram áreas que podem ser cultivadas “para que possam sair de uma situação de emergência e se possam tornar produtivos e cada vez mais autossuficientes”.

“Esta questão do reassentamento dos deslocados não deve ser tomada de ânimo leve”, alertou Gondola. “Há questões sensíveis que têm que ser tidas em consideração, principalmente a segurança de nossa própria província”, afirmou o Secretário de Estado da província de Nampula, citado pela Agência de Informações de Moçambique.
De acordo com Alberto Armando, delegado provincial do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) em Nampula,  a província abriga atualmente 8.166 pessoas que fugiram à violência em Cabo Delgado: 1.608 homens, 2.135 mulheres e 4.423 crianças.
O distrito de Meconta é aquele que abriga um maior número de refugiados internos (3.320), instalados na cidade de Namialo e nos arredores. Há 2.445 deslocados na capital da província, a cidade de Nampula, e 938 no porto de Nacala.
Alberto Armando disse ainda que a maioria dos deslocados mostrou interesse em cultivar os seus próprios alimentos:  “Pelo menos 87% dessas famílias dedicavam-se à agricultura nos seus distritos de origem”, disse “Eles querem continuar a cultivar. A terra está disponível em todos os distritos. Os governos distritais assumiram o compromisso de encontrar terras que possam ser alocadas a quem estivem interessado”, complementa o responsável.
As autoridades moçambicanas estimam que, para viabilizar esta operação, serão necessários cerca de 1,88 milhão de meticais (cerca de 26.800 dólares norte-americanas) para comprar ferramentas e outras matérias-primas agrícolas.

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